MACEIÓ - Acabou-se a maior manifestação cultural de nosso
povo. Acabou-se o direito à alegria, o direito à fantasia, o direito aos dias
de folia que se chama carnaval.
Alegando que turistas ocupam os hotéis por não ter carnaval,
simplesmente extinguiram o carnaval em Maceió. Inventaram esse argumento esdrúxulo,
equivocado, uma violência contra a população, contrariando o “Estatuto dos
Direitos Fundamentais do Homem” em seu art. VII: “Fica estabelecido que a
alegria seja uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.” Em
Maceió cassaram o Rei Momo. Roubaram a alma do povo.
Durante o último carnaval fiz uma pesquisa aleatória
perguntando a um e outro turista se tinha vindo a Maceió pelo fato de não haver
carnaval na cidade. Todos responderam, vieram pelas lindas praias, gostariam
até de olhar algum movimento do carnaval. O turista vem à Maceió pela beleza da
cidade tenha ou não carnaval. A cidade deserta, os restaurantes vazios, os
ambulantes não venderam sequer para pagar o gelo.
O carnaval em Maceió começava 15 dias antes com a Maratona
Carnavalesca todas as noites na Rua do Comércio, orquestras de frevo em cada
esquina, o corso com carros abertos, a moçada caía no passo.
Domingo antes do
carnaval, o banho de mar à fantasia animado com blocos de frevo, fantasias,
troças e críticas. No sábado de Zé Pereira o belo desfile das Escolas de Samba.
Todas as noites no Comercio o frevo alegrava os corações dos foliões, as festas
nos clubes só terminavam com um mergulho no mar ao som do Vassourinhas e o sol
raiando.
Na verdade, os coveiros do carnaval de Maceió estão se
lixando para o povo. A elite egoísta pensa que Maceió é a Ponta Verde. Eles
brincam o carnaval em suas mansões na Barra de São Miguel, no Recife, Salvador
ou Rio. É de fazer chorar ver nossa bela cidade abandonada pela população,
deserta durante o carnaval, sem blocos de frevos nas ruas, sem batidas de
bombo, ninguém passa mais sorrindo e cantando cantigas de amor.
Fiz parte de uma reunião do grupo, “Maceió que nós
queremos”, tratando do carnaval como coisa séria, cultura popular. Entre os
participantes liderados pelo sociólogo Edson Bezerra estavam mais de 20
artistas, intelectuais, políticos, como Heloísa Helena, Ticianeli. Reunião
proveitosa o grupo pode contribuir muito para que o prefeito Rui Palmeira
inicie um bom e necessário projeto de carnaval em Maceió a partir de 2014.
MARECHAL DEODORO
Na primeira capital das Alagoas, Marechal Deodoro, o
carnaval foi aberto dia 26 de janeiro pelo Bloco Ninho do Pinto. Com um desfile
preliminar sobre as águas da Lagoa Manguaba o Ninho chegou majestosamente em
uma comitiva náutica. Ao desembarcar no Sítio Histórico, o prefeito Cristiano
Matheus entregou a chave da cidade ao Rei Momo.
Iniciou um belo desfile pelas
ruas estreitas, bucólicas, enladeirada da cidade quatro centenária. Três
orquestras de frevo da cidade animaram o desfile retornando para o Cais da
Lancha onde a Banda Spock deu um show. Foram oito horas de animação, de muito
frevo, não houve uma briga.
Durante o carnaval estão previstas para todas as tardes
várias bandas em um palco armado no “Largo do Bem Amado” (aonde foi rodado o
filme O Bem Amado) até o final da noite. 40 Blocos de Ruas sairão durante os
cinco dias em diversos bairros e povoado do município.
Os turistas brincam,
adoram os blocos. Sem esquecer o Bloco dos Garçons a partir das 17 horas na
quarta-feira de cinzas saindo da praia do Francês. Carnaval é coisa séria.
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