Fotos de Olívia de Cássia
Olivia de Cássia – jornalista
Dois de fevereiro, último dia da festa de Santa Maria Madalena, em União dos Palmares. Cada ano que passa mais gente segue a procissão. Este ano teve uma inovação: antes da procissão uma banda tocou músicas religiosas e empolgou muita gente que estava na Praça Basiliano Sarmento, à espera da saída das charolas dos santos, principalmente a de Santa Maria Madalena, padroeira da cidade, principal homenageada.
Fotografei o que pude e ao longo da semana vou disponibilizar flagrantes da festa, já que estou sem computador em casa. Acompanhei a procissão até o fim, mas de volta à igreja não pude entrar por conta do tumulto que se formou dos fiéis, dentro da igreja, depois da procissão.
As charolas voltam para a igreja e o povo invade, para ‘depená-las’ e tirar todas as flores que serviram para ornamentar, principalmente a de Santa Maria Madalena; acreditam que são flores abençoadas e que vão lhes trazer sorte.
Eu nunca tinha presenciado a cena da charola de Santa Maria Madalena voltando para a igreja de costas e sendo aplaudida e homenageada com papel picado prateado. Uma cena linda, emocionante, que me levou às lágrimas.
Fiz meus pedidos pra ela, para que interceda junto ao Pai e me ajude nas minhas dificuldades, que este ano serão muitas. Precisarei de muita força e de muita saúde para seguir minha rotina.
As noites de festa agora só começam tarde. O povo só chega à praça depois das onze horas. Antes não era assim. Começava cedo e no dia 2, depois dos fogos, meus pais iam pra casa. Esse ano nem fogos teve, muita gente lamentou isso. É um espetáculo tão bonito. As atrações musicais começam a tocar muito tarde nos últimos anos e o povo amanhece o dia na praça.
Às dez horas dessa quarta-feira os palmarinos começaram a chegar na praça. Eu cheguei pouco depois das nove horas, para observar o movimento. A festa agora está mais profana e menos religiosa, muitos católicos reclamaram disso também e do som que está muito alto e não permite que se converse durante os shows.
Teve gente que foi embora depois da procissão e reclamou porque o comércio local não fechou, como antigamente. No dia 2, nas décadas de 60, 70 e 80, era um dia em que as famílias se confraternizavam, recebiam visitas de fora e passava o dia comemorando até a hora da procissão.
Lá em casa mamãe sempre fazia uma buchada e meu irmão Petrúcio convidava os amigos dele do Banco do Brasil para participarem dos comes e bebes. Era o único dia que permitia essas festas lá em casa, porque quando eu queria fazer ‘assaltos’ com meus amigos era a maior confusão. Uma vez ela viajou e eu inventei de fazer uma festinha lá em casa e quando ela chegou e soube eu levei uma surra danada.
As propagandas dos patrocinadores também evoluíram com o passar dos anos. Antes eram apenas anunciados os patrocínios pelos locutores, no serviço de alto falantes de Maurino Veras, ou depois, com Lourdinha e Kleber Marques, ou por meio de faixas.
A comunicação como um todo em União acompanhou a modernidade, a evolução dos tempos. União dos Palmares entrou de vez na era da modernidade, com rádios, sites, blogs e outros meios de informação. Espero ano que vem ainda ter saúde e poder participar de novo, desse que é o maior evento da região.
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