Olivia de Cássia – jornalista
A semana de trabalhos legislativos que termina hoje foi marcada na Assembleia pela movimentação e muitos discursos. Depois de vários adiamentos, debates e discussões, o Orçamento para o exercício 2011 foi votado, na terça-feira, 22, com dois meses de atraso, já que a peça orçamentária deveria ter sido apreciada e votada na legislação passada, até 15 de dezembro. (ver matérias abaixo)
Segundo alguns deputados, por conta de acordos que foram feitos e não cumpridos, não houve entendimentos: a votação do projeto foi adiada e ficou para os deputados eleitos para essa legislatura, a 17ª, tomarem essa atitude. Quando tomaram posse, os novos deputados argumentaram que não conheciam o conteúdo do projeto e solicitaram adiamento da votação.
Durante o processo, a oposição acusou a Mesa Diretora de não ter transparência quando não divulgou quais as emendas teriam sido aprovadas ou rejeitadas. Os parlamentares da ala da situação contestaram as argumentações da bancada da oposição e afirmaram que tiveram todo o tempo do mundo para tomar conhecimento do conteúdo do relatório.
E para que finalmente a LOA fosse votada, o governo do Estado teve que realizar várias reuniões de negociações e mandar emissários ao Poder Legislativo, no sentido de que esses enviados especiais pressionassem os deputados, para que o projeto do Executivo fosse aprovado.
Também teve discurso do deputado Olavo Calheiros (PMDB), com críticas ferrenhas ao governador Teotonio Vilela, que viajou para Portugal na quarta-feira passada, a quem acusou de fraco e incapaz. Olavo agradeceu a seus eleitores pelos seus mais de 29 mil votos recebidos, mas não facilitou um segundo para com o governador Vilela.
Disse que o governo fez “propaganda mentirosa” tornando a campanha (para o governo) desigual devido ao uso abusivo da máquina pública' e ressaltou que o governador tem influência do poder econômico do Estado. Agora eu pergunto: será que algum governo nesse país não tem influência do poder econômico?
O discurso do ex-deputado federal e agora deputado estadual, em algum momento pareceu uma mensagem de despedida. Começou sua fala dizendo que está mais para o fim do que para o meio de sua vida política e prosseguiu fazendo uma retrospectiva dos seus mandatos.
Calheiros disse que não acredita que o atual governo seja capaz de mobilizar a sociedade alagoana e que não acredita que seja capaz de “construir ambientes de paz e prosperidade”. Foi um discurso duro. O deputado disse ainda que o governo mostra-se “incapaz, fraco e de espuma”.
Natural de Murici, o deputado se reportou ainda ao que ele considera ser uma crise de credibilidade pela qual passa o Legislativo Estadual, afirmando que a Casa de Tavares Bastos, para ser respeitada, 'precisa se respeitar'.
Na mesma sessão, o deputado João Henrique Caldas (PTN) apresentou um requerimento solicitando a criação de uma comissão para acompanhar o trabalho de reconstrução das casas dos desabrigados das enchentes e fazer um acompanhamento sobre a situação dessas pessoas que estão sobrevivendo nas barracas de lona.
O jovem deputado de apenas 23 anos foi parabenizado pelos colegas e ficou na presidência da comissão que conta com mais outros integrantes: os deputados Olavo Calheiros, Sérgio Toledo, Joãozinho Pereira e Nelito Gomes de Barros.
Uma comissão que se vier mesmo a funcionar será de grande utilidade, já que aquelas pessoas que ficaram desamparadas necessitam de todo o tipo de assistência. Vamos acompanhar.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
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