domingo, 28 de novembro de 2010
Novamente a matança de animais domésticos
Olívia de Cássia – jornalista
Não tem um mês que postei aqui um texto falando sobre a morte de animais domésticos na Avenida Vieira Perdigão, fundos da Estação Ferroviária, rua onde moro, em Maceió. Pois bem, novamente o fato tornou-se a se repetir e infelizmente eu não tenho a quem recorrer para apelar no sentido de que essa barbárie seja interrompida por aqui.
Alguma coisa tem que ser feita para impedir que a morte de animais se torne uma rotina na região. Podem me chamar de tola, mas quem não ama os animais não é capaz de amar um ser humano. Já se tornou freqüente por aqui essa matança dos gatos e isso eu não consigo aceitar.
Pessoas de índole ruim, sem coração, estão matando nossos bichinhos de estimação. Não tive condições de escrever na sexta para o sábado, quando tudo aconteceu. Cheguei da Tribuna Independente por volta da uma hora da manhã e várias vizinhas me aguardavam para dar a triste notícia.
Meu gato John Lennon foi envenenado e estava agonizando na área da vizinha, da mesma forma que a Nana Caymy, os gatos de rua e a Marri, a gata persa da minha sobrinha Raynara, há menos de um mês.
Minha sobrinha Nathalya fez de tudo para que o John Lenon sobrevivesse. Deu carvão ativado, clara de ovo, tudo o que a Fernanda, a veterinária, mandou, mas não adiantou.
O bichinho esperou que eu chegasse para se despedir de mim. Eu não queria ver aquela cena terrível. Entrei em casa para pegar um paninho para envolvê-lo durante a noite, porque Nathalya achava que fosse resistir, mas pelo estado que ele se encontrava era impossível que ainda vivesse por algumas horas.
Quando acendi a luz da sala dos meus livros soltei um grito de terror. O Benjamim também estava lá agonizando, todo sujo e soltando um miado doloroso. Gritei dolorosamente assustando os cachorros que passaram a uivar feito lobos diante do meu grito de dor e revolta e fui acudida pela Nathalya, que pegou o bichinho e levou para colocar junto do outro na caixa.
Não é possível, minha gente, que isso continue a acontecer numa rua onde todos se dizem amigos, familiares e fraternos. Isso não é coisa de ser humano; uma pessoa que faz isso com um animal indefeso, certamente pode fazer com um semelhante.
Meus gatos foram assassinados, esse é o termo correto. Isso se chama carnificina e o monstro que fez isso não pode ser classificado como pessoa. Isso é uma crueldade e eu não me conformo com uma barbaridade dessas. Só me restou a saudade da meiguice e do carinho que eles tinham por mim.
Na noite anterior, parece que estavam adivinhando. Vieram dormir comigo, como numa despedida carinhosa. Quando eu não deixava que isso acontecesse e fechava a porta do quarto, eles ficavam lá, do outro lado, vigiando meu sono, como guardiões de sua dona.
Os gatos são amuletos e no antigo Egito eram animais sagrados. No ano 2000 antes de Cristo os egípcios foram os primeiros a domesticá-los, pela sua extraordinária habilidade como caçadores de roedores. Outras civilizações como os romanos também os admiraram e os utilizaram como amuletos: levavam os gatos com eles para as batalhas para que os ajudassem a vencê-las.
Eu acredito que eles guardam seus donos e absorvem para si as energias negativas, para dissipá-las no ar. Li em algum lugar que os japoneses têm essa crença e passei a acreditar nela diante de muitas evidências. Os animais são sábios. Meus cachorros pressentem quando estou triste e Malu e Oto ficaram desesperados com meu grito de dor diante da morte dos gatos.
Quero daqui do blog fazer um apelo para todas as pessoas de bom coração para que a gente faça uma campanha pela paz. Por que a paz começa dentro da nossa casa, na nossa rua e na nossa comunidade e ela só pode ser construída se as pessoas tiverem sentimentos de bondade, fraternidade e solidariedade. Coisa que está faltando nos dias de hoje.
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