segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Qual é a melhor alternativa: viajar de ônibus ou de avião?

Olívia de Cássia – Repórter

Facilidades na aquisição de passagens aéreas, como parcelamentos e compra com antecedência dos bilhetes, ajudam na hora de escolher o melhor transporte de viagem de férias.  A recomendação é fazer uma programação com antecedência dos gastos e aproveitar o que o verão tem de melhor: sol, praia e diversão.

A reportagem da Tribuna Independente foi ouvir o setor e fez algumas pesquisas para saber qual o melhor  veículo de transporte para se viajar.  Na opinião do empresário Afrânio Lages Filho, proprietário de uma agência de turismo de Maceió, andar de avião é bem melhor, mais confortável, rápido e atualmente bem mais barato.

“É melhor pela rapidez, quase não tem comida, apenas um lanche. Na viagem de ônibus, de Maceió a São Paulo, por exemplo, a pessoa leva dois dias e meio, vai gastar com alimentação e somado com a passagem terá gasto quase o mesmo com a companhia aérea. De avião a pessoa gasta três horas apenas”, observa.

Afrânio Lages recomenda que para baratear os custos de uma viagem aérea, o passageiro tem que tomar algumas precauções como fazer a reserva com antecedência. “Os computadores das companhias são programados para que se compre com antecedência, pois quando se compra muito em cima da hora, o preço sobe”, explica.

Fotos: Sandro Lima
AUMENTO

Com a proximidade da Copa foi divulgado na imprensa que os preços dos pacotes de viagem para os destinos mais procurados do país como Salvador, Rio, São Paulo e Brasília teriam  aumento. Na avaliação do empresário Afrânio Lages isso não vai acontecer. “Pelo contrário: algumas companhias aéreas estão anunciando preços fixos, o máximo será R$ 999”, pontua.

Já o superintendente do aeroporto Zumbi dos Palmares, Adilson Pereira da Sila, a tendência é de aumento. “O que eu sei é o tenho acompanhado na imprensa, houve uma intenção de aumentar bastante, segundo a matéria que eu li, mas a questão está sendo negociada, para que os preços não sejam tão altos”, observa.
Na prática, segundo Adilson Pereira, é a lei da oferta e da procura. “Não sei em quanto vai aumentar, mas que vai aumentar é natural isso; não sei se vai ser um aumento abusivo, mas toda alta estação amenta um pouco e depois recua”, explica.

Um pacote de compras promocional, com hospedagem para grupos, com destino ao Estado de São Paulo, está custando, em média, R$ 600 a R$ 700 e o preço normal R$ 800. Para o mesmo destino, no período da segunda semana de fevereiro, segundo o gerente de vendas Elias Junior, o bilhete aéreo está custando R$ 815 e pode chegar a R$ 1.200.

Na compra antecipada para maio, também para São Paulo, a passagem está custando R$ 604. No destino Rio de Janeiro, parcelado em seis vezes no cartão ou até em dez, em alta temporada, o consumidor vai pagar R$ 1.118,00 e na baixa temporada, se for antecipada, R$ 422. “Esse valor pode baixar se a companhia aérea lançar uma promoção”,  destaca Elias Junior.

Para Brasília, no final de semana, é mais caro. Em baixa temporada, o passageiro paga, em média, R$ 480 e em alta R$ 1.300, ressaltando que para esse destino Maceió só tem um voo. Se o consumidor quiser viajar a Salvador, na compra antecipada, encontra passagens no valor de R$ 170, isso se ele adquirir na baixa temporada. Na alta temporada, no carnaval, para o mesmo destino a passagem pode chegar a R$ 800. Para Salvador, Maceió tem cinco voos.

Para viajar sem pagar excesso, o passageiro pode levar entre 20 e 25 quilos de bagagem, acima disso ficará sujeita à aprovação da empresa e a cobrança de taxa por excesso de peso.

Movimento no Aeroporto Zumbi dos Palmares dobrou nos últimos cinco anos


Segundo o superintendente do aeroporto Zumbi dos Palmares, Adilson Pereira da Silva, O movimento no aeroporto de Maceió vem crescendo e nos últimos cinco anos dobrou. “Em 2008, circularam 900 mil passageiros por aqui;  em 2013,  um milhão e  950 mil passageiros, mais do que dobrou em cinco anos”, pontua.

Esse crescimento se deu, segundo avaliação de Pereira, por um somatório de fatores: “As promoções;  a chegada das classes C e D  na distribuição de renda; a estabilidade na economia, onde as pessoas podem comprar uma passagem em 12, 24 e até 36 meses; o fato de pode haver uma melhor programação e a baixa nos preços”, analisa.

A facilidade para se andar de avião como o barateamento dos bilhetes nos últimos cinco anos em relação ao dólar, sem considerar os fatores geográficos, faz com que viajar de avião seja a melhor opção, segundo Adilson Pereira. “Sair daqui para Porto Alegre, Rio de Janeiro  e São Paulo de ônibus é uma viagem muito longa, cansativa  e perigosa, do ponto de vista de acidentes na estrada. O somatório desses fatores fez com que o modal aéreo crescesse no Brasil nos últimos anos”, ressalta.

Outro ponto destacado por Pereira são os serviços oferecidos pelas companhias aéreas:  “Hoje os serviços de disponibilidade de destino melhoraram muito; alguns anos atrás nas capitais menores, os voos tinham muita conexão, hoje, a maioria não tem e vai direto. Para ir para João Pessoa tinha que ir para Brasília, para de lá seguir o destino, hoje está melhor  distribuída, houve essa mudança de perfil na malha”, observa.

PASSAGEIROS

A reportagem também foi conversar com alguns passageiros que estavam embarcando para diversos destinos e todos foram unânimes em dizer que viajar de avião é bem melhor. André Luís Silva teve um problema com seu voo: ia embarcar para Belo Horizonte, mas não conseguiu porque marcaram a passagem para 22 de fevereiro ao invés de 22 de janeiro.

Por esse motivo ele explicou que teve que gastar com a diária de um hotel e táxi para resolver o problema e mais R$ 2.100 para resolver o problema da data. Ele estava com a família de cinco pessoas, o voo seria direto, mas tiveram que esperar para iara à 1h27 da manhã de quinta-feira, fazer uma escala em São Paulo; em Campinas e voltar para Belo Horizonte, em Confins.

No caso do seu André Luís era para estar na quarta-feira às 15h em BH, mas só vai chegou no dia seguinte, às 10h, por conta desse imprevisto. Mesmo assim ele confirmou que prefere andar de avião: “Numa situação normal é melhor viajar de avião; é mais confortável e seguro”, observa. 

Somando o custo com alimentação, viagem de ônibus pode ser mais cara 


Mas há quem prefira viajar de ônibus e a reportagem foi até o Terminal Rodoviário Paulo II para conversar com os passageiros e saber o preço de algumas passagens. Lindair Lima estava na fila de uma empresa de ônibus para comprar passagem com destino a João Pessoa; são seis horas de viagem. Ela disse que escolheu pelo preço: R$ 50. “De avião custa dois mil”, diz.

João Rafael mora em João Pessoa e disse que veio passar as férias em Maceió; passou um mês e estava comprando passagem de volta. Também disse que escolheu viajar de ônibus pelo preço. “Fiquei aqui na casa de amigos e escolhi viajar de ônibus pelo baixo preço”, explica.

Ednaldo Clemente estava embarcando de volta com a esposa, para São Paulo. Ele explicou que vieram de avião, mas optaram voltar de ônibus, “porque gostamos de ver a paisagem e achamos mais em conta; passamos 20 dias em Alagoas visitando os parentes”, ressalta.

A reportagem da Tribuna Independente  pesquisou na rodoviária que o valor da passagem de ônibus, para São Paulo, na empresa que Lindair e João Rafael iam viajar custa R$ 409, mais uma taxa de embarque que pode custar R$ 35. Somado a isso dois dias e meio de viagem mais alimentação a viagem de ônibus pode se tornar mais cara. 

Uma viagem de ônibus convencional, para Aracaju custa R$ 46; executivo R$ 66,19. Para Salvador, em ônibus convencional, R$ 104,39 e executivo R$ 134,39. Para Recife viajar de ônibus custa em média R$ 45 e R$ 35, respectivamente.

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