Olívia de Cássia-
jornalista
E mais é uma vez é
Carnaval, tempo de alegria, de festa, de reencontro com os amigos, de esquecer
um pouco as adversidades da vida; entretanto, não podemos nos entorpecer e
fingir que não vemos ou colocar uma venda em nosso rosto diante das injustiças
cometidas no nosso cotidiano. Não podemos dispersar a chama de inquietação que
existe dentro de cada um de nós, pelo menos daqueles que ainda a tem.
O tempo voou, se
reinventou, levou pessoas, levou e trouxe esperanças, deixou marcas, acumulou
experiências e nos deixou mais atentos. Sinto falta dos meus amigos Silvio
Sarmento e Kelly, tão felizes nos carnavais e que me traziam alegrias; mas vamos pensar que eles estão em mundo
melhor e que podem estar num lugar de luz.
Mas mudando de foco, em
pleno século XXI me deparo com a notícia, durante a semana, da prisão injusta
do ator e psicólogo Vinícius Romão e fico pensando nos milhares de Vinícius
injustiçados que diariamente são punidos sem culpa e sem apelação nesse sistema
falho que precisa ser mudando com a maior urgência.
A sociedade brasileira
ainda carrega ranços colonialistas, de soberba, hipocrisia e preconceito e no
racismo existente vamos seguindo o nosso dia a dia, muitos aceitando tudo sem
se indignar, mas aqueles que têm um pouco de discernimento e indignação não
podem calar diante disso.
E não é pelo fato de
Vinícius ter participado de novela da Globo e ser psicólogo; se não fosse a imprensa repercutindo o racismo e a vítima fosse uma
pessoa pobre, estaria passando por constrangimentos muito piores, traumas que
vai carregar para o resto da sua vida. Vinícius ficou preso por 15 dias e
sabendo como funciona o sistema prisional no país, dá para imaginar o que deve
ter passado.
Mal o ano começou e já
foram divulgados pelo menos três casos no País, uma terra de pessoas que nasceram de uma mistura de raças. O mundo
evoluiu, a época da falta de informações e da ignorância já passou e nem assim
as pessoas procuram mudar. Mas como existem bilhões de pessoas no mundo e cada
uma com o seu modo particular de ser, o ser humano continua sendo uma
incógnita, para quem lida com isso.
Mas é Carnaval e nessa
época faço viagens saudosas no tempo, me lembrando da infância e juventude e do
quando fomos felizes em nossos carnavais na Terra de Zumbi, o herói da
liberdade. Dos bailes na Associação Atlética Palmarina, às nossas incursões pelas ruas e avenida,
passeios e muitas vivências.
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