quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Voto Dilma no segundo turno


Olívia de Cássia – jornalista

Assim como no primeiro turno, votarei na ex-ministra Dilma Roussef (PT) no segundo, para dar continuidade ao projeto do governo Lula. Como disse Jorge Furtado, em artigo em seu blog, espero que meus amigos continuem sendo meus amigos e que não deixem que a política estrague as amizades. Isso a gente não deve fazer nunca.
Já vi muitas amizades descerem pelo ralo e se perderem no labirinto da vida, tanto em União dos Palmraes quando aqui em Maceió, por motivos políticos; a história já mostrou que não vale a pena. Devemos separar um assunto do outro. A divergência de ideias faz parte da democracia e não podemos querer que todo mundo tenha a mesma linha de pensamentos que a nossa.
Eu tive esse exemplo em minha vida e hoje eu não digo que tenha conquistado imizades, porque isso eu não quero ter na minha vida, mas algumas pessoas ficaram indiferentes comigo. Na década de 90 algumas lideranças partidárias de uma agremiação de esquerda em Alagoas queriam me ver pelas costas, pelo simples fato de eu ter afirmado, em artigo publicado no jornal Gazeta de Alagoas do dia 1º de maio de 1994, que discordava da aliança do partido com o ex-governador Divaldo Suruagy e com o meu conterrâneo Manoel Gomes de Barros, o Mano.
Nunca tive nada de pessoal contra nenhum dos dois políticos, a questão foi que indaguei no meu artigo, como um partido que se dizia de esquerda, comunista, estava fazendo aliança naquela época com duas pessoas pertencentes a partidos que eram totalmente contrárias a sua linha de pensamento. Naquela época eu era muito radical, todos que me acompanham sabem disso.
Com o tempo eu fui aprendendo que em política tudo é possível, dependendo do momento. Faz parte da democracia a mudança de pensamento. Hoje eu sei que se a esquerda não tivesse se aliado com aquelas forças que consideravam atrasadas, não teria chances de chegar à Presidência do País.
E é isso, esse poder de aglutinação, que admiro no presidente Lula, a sua capacidade de articulação de unir forças contrárias e divergentes em torno de seu governo. Sou sua fâ de carteirinha, apesar de algumas críticas que possa fazer ao seu governo. A constatação desse fato, não quer dizer que ele tenha que se corromper também, embora tenham havido denúncias de irregularidades de algumas lideranças de seu governo, isso também não se pode esconder, mas essa é uma avaliação à parte que a gente tem que fazer observando as regras da boa convivência.
Na eleição deste ano eu vejo com antipatia e revolta a propaganda antiDilma que os conservdores, ligados a igrejas ou não, tentam difundir, enveredando na baixaria contra a candidata do PT. Política, como todos sabem, é um jogo muito sujo, a arte de se fazer conchavos e para estar nela o indivídio, seja ele homem ou mulher, tem que engolir muito desaforo, ter a cara de pau e ignorar as calúnias. Vejo amigos meus se desentendendo por causa de política e fico triste com isso.
Quem viveu na década de 70 em União sabe do que estou falando. A briga ferrenha que se dava entre os partidários de Mano e de Afrânio, que gerou intrigas e desavenças entre famílias e ainda hoje tem gente assim. Eu encaro a política hoje como uma forma de a gente ver o mundo e não uma arma contra aqueles que divergem de nós. Precisamos aprender a lidar com o contraditório pois ele faz parte de uma sociedade democrática e fraterna. A divergência é de ideias.
A campanha para o segundo turno, no rádio e na TV, começa nesta sexta-feira. Espero que a oposição ao governo Lula e a candidata Dilma trave uma batalha com propostas, com coerência e caráter, sem entrar na baixaria que coloca pessoas pouco esclarecidas contra um projeto que eles nem absorveram a importância ainda.
O projeto de Lula será continuado pela sua sucessora Dilma Roussef e eu tenho não treze, mas todos os motivos do mundo para votar no 13 para a Presidência do nosso País. Deixo a reflexão.

Um comentário:

Prof. Carlos Sena disse...

Parabens pela escolha...Acredito tambem que ela continuará com o otimo projeto que o nosso LULA iniciou em nosso páis.

Aqui dentro tudo é igual

  Olívia de Cássia Cerqueira   Aqui dentro está tudo igual. Lá fora os bem-te-vis e outros pássaros que não sei identificar, fazem a fes...