domingo, 31 de outubro de 2010

Um grito de vitória pela democracia


Olívia de Cássia – jornalista

Terminada a apuração para a Presidência da República, a candidata Dilma Roussef, do PT, venceu a eleição no segundo turno com 55,59% dos votos válidos no Brasil, equivalendo a 53.582.366, contra 44,28% de seu adversário, José Serra (PSDB). Não foi uma vitória fácil para nossa agora presidenta. Nesse segundo turno houve muita abstenção, em todo o País. Em União dos Palmares, as sessões estavam praticamente vazias durante todo o dia e muita gente apostou nisso, achando que com essa abstenção, ela perderia a eleição.
Dilma enfrentou de tudo nessa disputa, desde acusações por conta do seu passado de luta contra a tirania dos militares, foi chamada pejorativamente de lésbica como se o fato de ela ser ou não homossexual pudesse interferir na sua gestão e outras calúnias e barbaridades que foram espalhadas na internet como uma praga, como a questão da polêmica sobre o aborto e o boato de que não acreditaria em Deus. Esses boatos impediram que fosse eleita no primeiro turno.
Novata nos palanques, Dilma sabe que não é fácil ser mulher nesse país, mesmo com os avanços que conseguimos ao longo dos séculos, mesmo com o avanço da sociedade e com a chegada do século XXI. Ainda há muito preconceito de gênero e isso precisa acabar. Somos a maioria na sociedade, trabalhamos, pagamos impostos, assumimos nossas responsabilidades e temos cidadania para enfrentar qualquer situação.
Por mim essa peleja teria acabado no primeiro turno, pois o País ficou parado à espera desse resultado para resolver algumas questões. Como eu tinha dito antes, dificilmente quem sai na frente no primeiro turno, é derrotado no segundo, mesmo que os que fazem oposição, orientados por marqueteiros e assessores de plantão, façam de tudo para aconteça. Não aconteceu.
De Lula disseram que era analfabeto e que não saberia governar o País. Soube tanto que foi reeleito para o segundo mandato e muita gente ainda queria um terceiro. De Dilma começaram a dizer que é incompetente, feia, arrogante. Economista, essa mulher estudiosa foi presa em 1970, aos 19 anos, passou três anos no presídios e suportou tortura para não entregar os amigos, coisa que muito macho não aguentou.
Dilma é uma mulher de fortes convicções, não abdicou de um projeto que sempre defendeu. Temos agora na história do nosso País a primeira mulher presidente que vai saber honrar, o País todo espera, o mandato que lhe concedeu.
A indicação do presidente Lula foi acatada pela maioria dos brasileiros que aprovam a gestão de Lula em mais de 80%. Fizemos história elegendo por duas vezes um ex-operário vindo da classe trabalhadora, o nosso presidente, e agora elegemos uma mulher indicada por Lula para ser a nossa governante principal.
Aqueles que fizeram de tudo para que ela saísse derrotada dessa disputa agora vão ter que respeitar o resultado da democracia e fazer uma oposição consciente, fraterna e sem apelação. É isso o que esperamos.

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