segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Para vencer uma batalha

Olívia de Cássia – jornalista

Daqui para o dia 31 de outubro, quando acontece o segundo turno das eleições para presidente e governador, muitas conversas, muitas mentiras vão ser espalhadas nas redes de comunicação do País, no sentido de enfraquecer a candidatura da ex-ministra Dilma Roussef, do PT. Eu posso estar equivocada, mas acho que a eleição deveria acontecer apenas em um turno, até para se evitar esse tipo de expediente que estamos presenciando no Brasil.
A história tem mostrado que, exceto algumas exceções, quem sai vitorioso no primeiro turno dificilmente perde no segundo. Então, pra que desperdiçar tanto tempo e dinheiro com isso? Por outro lado, o conservadorismo que predomina em nossa sociedade ainda é muito forte e a gente fica com mais clareza disso em época eleitoral.
Mesmo a ex-ministra Dilma Roussef sendo a candidata do presidente Lula, aquele que fez o melhor governo que esse País já teve, essas forças contrárias que ocuparam o comando do Brasil durante tantos anos, com sua política de privatização e de terra arrasada, querem voltar ao domínio e não se conformam em ter perdido o posto, principalmente porque perderam para um presidente que veio da classe trabalhadora.
Agora, querem enfraquecer a candidatura de Dilma, porque é a escolhida pelo presidente Lula para sua sucessão no Palácio do Planalto. Uma mulher de luta, guerreira e que não se curvou e nem enfraqueceu, mesmo tendo sofrido tortura na época da ditadura militar por lutar por um País livre da tirania dos militares e por uma sociedade mais justa e mais igualitária.
José Serra (PSDB) pega carona, na sua propaganda para o segundo turno, na votação da ex-ministra Marina Silva, ambientalista, ex-ministra do governo Lula e ex-militante do Partido dos Trabalhadores que agora está no Partido Verde. No programa deste domingo, 10, Serra repetiu o nome de Marina em sua propaganda, seguindo uma orientação de seus marqueteiros de plantão, com o claro objetivo de puxar para si esse eleitorado da ambientalista, alguns mais ligados ao meio ambiente e outros mais conservadores.
Quem conhece o ex-ministro de FHC sabe que em São Paulo ele é conhecido como o governo do pedágio e aquele que segue a política da privatização, tendo como ícone o ex-presidente Fernando Henrique, que em seus oito anos no Palácio do Planalto entregou a Vale do Rio Doce e quase privatiza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. É o mister privatização.
O príncipe da burguesia, com doutorado na Sorbone e professor da USP não fez em seu tempo de governo o que um ex-operário vindo das classes trabalhadoras conseguiu fazer no País: livrá-lo das garras do FMI, avanços primorosos na economia, implantou diversos programas sociais e melhorou a qualidade de vida das classes menos favorecidas com sua política habitacional, entre outras políticas sociais. E é isso que eles não se conformam. O conceito de política é a luta pelo bem comum, mas não é isso que a gente vê na prática, é apenas uma luta do poder pelo poder e nada mais.
Com essa propaganda negativa contra Dilma, eles tentam afastá-la do páreo com o intuito de voltar ao poder. Estão usando a mesma arma que usaram quando Lula foi candidato a presidente. Dilma vem sofrendo, desde o fim do primeiro turno, um verdadeiro bombardeio na internet e na grande mídia. É uma postura machista, atrasada, que não quer admitir que uma mulher, mesmo tendo mostrado sua capacidade e competência intelectual assuma a direção do País. (10-10-2010)

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