Foto de João Paulo Farias
Beto Baía se reúne com integrantes do governo e vereadores |
Bloqueio
em 39 contas da prefeitura inviabiliza funcionamento do município. Serviços
básicos estão comprometidos
Por
João Paulo Farias – Secom/UP
O
município de União dos Palmares começa a passar por um momento crítico. O
bloqueio nas contas da prefeitura, devido a uma dívida de R$ 1 milhão e 600 mil
com a empresa Telemar, começa a preocupar gestor e funcionários públicos, já
que a tendência, caso o Tribunal de Justiça não reveja a decisão é a
paralisação dos serviços básicos.
Na
manhã desta quinta-feira, 25, o prefeito Beto Baía (PSD) reuniu vereadores,
sindicato dos trabalhadores públicos, secretários, sociedade civil e a imprensa
e junto com o procurador de Justiça do município, Dr. Mário Jorge Uchoa,
relataram a situação em que se encontra a administração municipal.
Segundo
Beto, é necessário juntar forças para reverter essa situação: “O bloqueio das
contas nos pegou de surpresa, estamos procurando soluções para desbloquear as
contas e tentar negociar a dívida com a empresa”, disse o prefeito.
O
procurador Mário Jorge mostrou a real situação e teme que o município entre em
falência: “Não podemos movimentar um centavo nas contas”, observa o procurador,
acrescentando que a dívida tem que ser paga de uma só vez.
Até
o Poder Legislativo será afetado, pois o repasse do duodécimo não pode ocorrer
com as contas bloqueadas.
Mário
Jorge disse que já entrou com um agravo de instrumento no Tribunal de Justiça
de Alagoas e levou ao presidente do TJ uma reclamação mostrando que o juiz
Antônio Rafael Wanderley Casado da Silva, substituto da 1ª Vara Cível da
cidade, não podia bloquear dinheiro federal. “A decisão é desigual, pois afeta
serviços básicos na saúde, educação, assistência social e outros”, disse.
ENTENDA
O CASO
Segundo
o procurador, em 2007, a prefeitura entrou com uma ação contra a Telemar,
cobrando cerca de R$ 1,2 milhão referente ao não recolhimento de Imposto Sobre
Serviços (ISS). O juiz, à época, atendeu
ao pedido do município, antes do julgamento definitivo da ação, sem que
houvesse prestação de qualquer garantia pelo município.
“O
dinheiro estava sob guarda da Justiça, que autorizou a liberação, e ela é tão
culpada quanto quem sacou”, disse Mário Jorge.
E o
pior é que o dinheiro não está contabilizado nas contas da prefeitura: “Foi
sacado por alguém e não sabemos quem e qual banco”, ressaltou o procurador,
complementando que o Ministério Público (MP) tem que apurar essa situação.
APOIO
Após
a reunião, o prefeito Beto Baía esteve junto com os funcionários, secretários e
vereadores, onde recebeu apoio para enfrentar o difícil momento. Emocionado,
Beto desabafou: “Agradeço o apoio, a crise está grande, vou dormir e acordo
pensando como vou pagar meu povo não quero ver meu povo sofrer”, disse.
Ainda
na tarde desta quinta, o prefeito continua em reunião com seu secretariado e
assessores.
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