Olívia de Cássia - jornalista
Mais uma vez volto a discorrer sobre um tema que ainda é
frequente na sociedade: os crimes cometidos contra as mulheres, que acontecem
pelas mesmas desculpas: companheiros insatisfeitos com o fim dos
relacionamentos agridem e matam suas mulheres ainda como se fossem donos delas
e pudessem dispor de suas vidas e de seus destinos.
As agressões se
repetem diariamente e não só nos extratos mais baixos da sociedade. Na classe
alta isso acontece muito, como já comprovaram várias pesquisas, só que de forma
muito sutil; essas mulheres da classe alta e média ainda se envergonham de
fazer a denúncia.
“Qualquer ato ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento
físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública quanto na vida privada,
é considerado violência”. Esta é a definição prevista na Convenção
Interamericana de 1994, para Prevenir e Erradicar a Violência contra a Mulher.
Felizmente, nos dias atuais, apesar de ainda haver muito
medo, as mulheres estão mais corajosas para denunciar seus espancadores e
violentadores; mas ainda é preciso muito para que se consiga chegar a um grau
de civilidade no País e no Estado.
Em Alagoas, só para citar um exemplo, na quinta-feira, 11,
um homem foi acusado de tentar matar sua esposa, a facadas. A tentativa de
homicídio aconteceu na residência do casal, no povoado de Campo Alegre, em
Jaramataia.
Segundo vizinhos do casal, a vítima já havia tentado se separar do marido
várias vezes, mas ele não queria. Nesta quinta, o tema voltou a ser pauta do
dia entre os dois e mais uma vez discutiram por causa do assunto. Durante a
briga, ele teria usado uma faca-peixeira e começou a ameaçar a esposa.
A mulher correu para a rua, tentando fugir do marido, mas
ele foi atrás da esposa e conseguiu alcançá-la, esfaqueando-a no braço, abdômen
e no peito. Os vizinhos do casal acionaram a Polícia Militar e uma ambulância
local.
Os militares do 3º Batalhão fizeram rondas pela comunidade,
mas não conseguiram localizar o agressor. A mulher foi conduzida à Unidade de
Emergência do Agreste, em Arapiraca, onde foi internada.
Essa mulher foi apenas um exemplo das centenas de vítimas
espalhadas nesse país afora, muitas que ainda nem têm a coragem de se expor
para denunciar os maus tratos. E não é só a
falta de educação que resulta nesse tipo de agressão nos
relacionamentos.
Sempre que os ânimos estão exaltados, eles usam de violência
para tentar impor suas vontades e imposições, como se as mulheres fossem
propriedade privada deles, que eles podem dispor de suas vidas.
A ausência de diálogo, a violência e a intolerância, parece
que ainda são marca nos relacionamentos, em pleno século XXI. Ma se não há
preparo, entrosamento, parceria e muito carinho, tudo se dispersa. Ainda falta
muito para que cheguemos a uma sociedade mais justa e mais fraterna, onde os
homens de verdade valorizem suas mulheres e companheiras. Boa noite e fiquem
com Deus.
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