terça-feira, 30 de julho de 2013

Alagoas tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil


Carências na saúde, como falta de médicos, é um dos problemas que reduzem o IDHM em Alagoas

Foto de Adailson Calheiros



IDHM de Inhapi é considerado muito baixo, o que a deixou na última posição no estado


Olívia de Cássia - Repórter

Com 17.898 habitantes, o município de Inhapi, no Sertão de Alagoas, tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal do Estado, com média de 0,484, considerada muito baixa, conforme divulgou ontem o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013.Inhapi, assim como Olivença com média de 0,493, Olho d’Água Grande (0,503), Mata Grande (0,504), e Roteiro (0,505) estão entre os 50 municípios brasileiros com os piores IDHM.

O índice é composto por três indicadores de desenvolvimento humano: vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e padrão de vida. O Atlas é fruto de estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, da ONU, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Para entender o porquê de Alagoas ter cinco cidades entre as 50 com os pires índices, a Tribuna Independente ouviu um dos gestores dessas localidades, o prefeito Wladimir Brito, de Roteiro. Problemas como a falta de estrutura nas escolas, falta de médicos e carência de vagas de emprego justificam o resultado.

Wladimir Brito afirmou que já tinha noção do problema e que está tentando, por meio de políticas públicas, melhorar os índices. “Para isso, inauguramos recentemente uma escola em tempo integral, com capacidade para 250 alunos. Já estão matriculadas 2.722 crianças e em dezembro deste ano vamos entregar outra escola, informatizada e bem estruturada”, afirmou.

O prefeito também disse que está tentando melhorar no município o índice negativo na saúde. Segundo ele, quando assumiu a administração, em janeiro, não tinha médico nos postos de saúde. “Agora já tem. Melhoramos o sistema de transporte do setor com aquisição de ambulância e mais outro automóvel. Roteiro depende só do Fundo de Participação dos Municípios, pois a única usina que tinha fechou”, pontua.

Wladimir Brito observa ainda que está apostando no Estaleiro Eisa (que será instalado em Coruripe) para viabilizar economicamente o município.O cientista político Júlio Cézar Gaudêncio disse que o resultado do Atlas para Alagoas reflete a necessidade de repensar a maneira como estão sendo estruturadas e geridas as políticas públicas que incidem diretamente sobre tais questões.

“É preciso que haja cada vez mais investimentos e atuação estratégica no campo da educação e saúde, de modo a permitir um maior acesso das populações de baixa renda a esses serviços, bem como a qualidade desses serviços”, disse.

Segundo Júlio Cézar, outro aspecto importante refere-se à concentração de renda que ainda é uma das principais características do Estado. “Assim, é preciso investir em política de redistribuição”, analisa.

O cientista político observa que tais considerações não podem desprezar as diferenças de cada município. “A capital, por exemplo, tem mantido índices razoáveis”, diz. Maceió apresentou IDHM de 0,721, considerado alto.


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