Foto de Adailson Calheiros
IDHM de Inhapi é considerado muito baixo, o que a deixou na última posição no estado
Olívia de Cássia - Repórter
Com 17.898 habitantes, o município de Inhapi, no Sertão de
Alagoas, tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal do Estado, com
média de 0,484, considerada muito baixa, conforme divulgou ontem o Atlas do
Desenvolvimento Humano no Brasil 2013.Inhapi, assim como Olivença com média de
0,493, Olho d’Água Grande (0,503), Mata Grande (0,504), e Roteiro (0,505) estão
entre os 50 municípios brasileiros com os piores IDHM.
O índice é composto por três indicadores de desenvolvimento
humano: vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e padrão de vida. O Atlas
é fruto de estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, da ONU,
em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
Para entender o porquê de Alagoas ter cinco cidades entre as
50 com os pires índices, a Tribuna Independente ouviu um dos gestores dessas
localidades, o prefeito Wladimir Brito, de Roteiro. Problemas como a falta de
estrutura nas escolas, falta de médicos e carência de vagas de emprego
justificam o resultado.
Wladimir Brito afirmou que já tinha noção do problema e que
está tentando, por meio de políticas públicas, melhorar os índices. “Para isso,
inauguramos recentemente uma escola em tempo integral, com capacidade para 250
alunos. Já estão matriculadas 2.722 crianças e em dezembro deste ano vamos
entregar outra escola, informatizada e bem estruturada”, afirmou.
O prefeito também disse que está tentando melhorar no
município o índice negativo na saúde. Segundo ele, quando assumiu a
administração, em janeiro, não tinha médico nos postos de saúde. “Agora já tem.
Melhoramos o sistema de transporte do setor com aquisição de ambulância e mais
outro automóvel. Roteiro depende só do Fundo de Participação dos Municípios,
pois a única usina que tinha fechou”, pontua.
Wladimir Brito observa ainda que está apostando no Estaleiro
Eisa (que será instalado em Coruripe) para viabilizar economicamente o
município.O cientista político Júlio Cézar Gaudêncio disse que o resultado do
Atlas para Alagoas reflete a necessidade de repensar a maneira como estão sendo
estruturadas e geridas as políticas públicas que incidem diretamente sobre tais
questões.
“É preciso que haja cada vez mais investimentos e atuação estratégica
no campo da educação e saúde, de modo a permitir um maior acesso das populações
de baixa renda a esses serviços, bem como a qualidade desses serviços”, disse.
Segundo Júlio Cézar, outro aspecto importante refere-se à
concentração de renda que ainda é uma das principais características do Estado.
“Assim, é preciso investir em política de redistribuição”, analisa.
O cientista político observa que tais considerações não
podem desprezar as diferenças de cada município. “A capital, por exemplo, tem
mantido índices razoáveis”, diz. Maceió apresentou IDHM de 0,721, considerado
alto.
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