segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Flimar deixa saudade

Olívia de Cássia - jornalista

Quatro dias de muita cultura, música, poesia e literatura foram vividos pelos moradores da cidade turística de Marechal Deodoro, durante a Flimar, idealizada pelo secretário de Cultura do município, Carlito Lima, o nosso Capita.


Ali, escritores, poetas, cantores, atores, artesãos e artistas diversos interagiram com a comunidade, principalmente as crianças, que se encantaram com tudo aquilo. O poeta Jorge de Lima e o cantor Nando Cordel foram os principais homenageados.
 O escritor Ovídio Poli Júnior, da Feira de Paraty, falou a respeito das festas literárias e disse que é uma ferramenta que aproxima os participantes. “Escrever é uma espécie de convivência permanente com o outro”, disse ele.
Segundo o escritor, a literatura é uma forma de comunicação entre os homens e que uma festa literária aproxima as pessoas e exercita a arte do encontro. É um dos poucos instrumentos que permite o reconhecimento social do escritor; não há política sem palavras; o silêncio é o território das ditaduras”, disse ele.
Segundo Ovídio, ver o escritor Inácio de Loyola Brandão rodeado de crianças, na saída do auditório da Flimar, é cena que não se apaga da memória. “E para algumas crianças de Marechal, essa foi a primeira vez que tiveram contato com um escritor”, pontuou.
O escritor falou ainda de história, da história do nosso país que se tornou literatura. “Estamos aqui hoje regando o chão da casa do Marechal Deodoro. Quando a literatura ganha as ruas, amplia-se o canal de comunicação, para que a literatura sirva de reflexão. É nas festas literárias que a literatura pode ser democratizada e difundida para todos”, observa.
O contista disse ainda que o sequestro da palavra conduz ao inferno, “ao racismo, ao machismo, à homofobia e ao terrorismo”. O escritor ainda citou Graciliano Ramos, Guimarães Rosa e vários outros escritores brasileiros.
Ovídio disse ainda que a importância das festas literárias é difundir as diversidades culturais, num país de dimensões continentais e promover a arte do encontro, do que a geografia e a história distanciaram.
A bisneta do poeta Jorge de Lima esteve na homenagem a seu bisavô e disse que a família se sente muito agradecida pela honraria que os alagoanos concedem ao poeta. Pena que não vi na plateia nenhuma autoridade da minha terra, para prestigiar o evento, que homenageou um palmarino.
O jornalista, poeta, escritor, especialista na obra de Jorge de Lima, Claufe Rodrigues, que participou pela terceira vez da festa de Marechal, disse que sua poesia se divide em duas fases: antes de conhecer a obra do poeta e depois que conheceu os poemas de Jorge. “Jorge é meu padrinho poético”, disse ele.
A Flimar teve contação de história para crianças, com a Flimarzinha e contato delas com textos de autores, fazendo com que se aproximem da literatura e da arte. No final da tarde do sábado as crianças saíram pelas ruas, cantando músicas de Nando Cordel e recitando poemas de Jorge de Lima. De parabéns, Carlinto Lima e que venham outros eventos maravilhosos e aglutinadores como a Flimar.

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