Esse foi mais um ano em que pude cumprir minha tradição de ir até a Serra da Barriga, para reverenciar meu herói Zumbi dos Palmares, como faço todo ano ou sempre que posso. Estar naquele lugar mágico é uma troca constante de energia, a gente se sente renovada quando sai de lá.
As autoridades que me deram entrevistas e que fizeram uso da palavra no palanque, repudiaram a intolerância; o ódio e o preconceitos contra quem pensa diferente, tem credos outros e a discriminação racial.
Debaixo de um sol escaldante, a gente ouviu e viu celebrações, cortejos, salva de tiros e discursos: seria bom que todos os que se posicionaram contra a intolerância o tenha feito de fato e acredito que sim.
Como bem disse a consulesa da França, Alexandra Loras, é preciso que mais brancos se juntem aos negros, para lutarem contra o preconceito; afinal, somos todos seres humanos. “É preciso ter mais brancos ao nosso lado, para entender como é difícil se desenvolver numa sociedade que só incentiva acusações ou estimativas ao redor do negro”, disse ela.
“Estamos vivendo numa sociedade onde o estigma está presente, com o reforço da televisão e meios de comunicação e é preciso acabar com isso”, ressaltou. Estamos em pleno século XXI, com conceitos de barbárie na sociedade brasileira. É preciso dar um basta a tudo isso.
O governador do Estado repudiou o ato de violência cometido na Marcha Nacional das Mulheres Negras, dia 18 em Brasília. Renan Filho disse que o que aconteceu na Marcha Nacional das Mulheres Negras, em Brasília, foi uma atitude arbitrária, “de simpatizantes de uma coisa ultrapassada que chama-se ditadura militar, sem tolerância; sem reconhecimento do direito da raça negra”, pontuou.
Outra pauta posta na ordem do dia pelo movimento negro é a violência cometida contra jovens negros, de 15 aos 29 anos. “O que chama a atenção, é o genocídio dessa população; é a faixa etária onde mais se elimina pessoas negras”, observou o professor Zezito Araújo, pesquisador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab).
O jornalista Leonardo Sakamoto em seu blog no dia 20, considerou um insulto alguém dizer que brancos são vítimas de preconceito estrutural e se comparar a negros e indígenas. Segundo ele, o que muitos chamam de “racismo contra brancos'' por aqui nada mais é do que a reação de alguns inconformados diante dos ainda tímidos e minúsculos resultados de políticas públicas, adotadas por pressão da sociedade civil, para diminuir o preconceito estrutural.
“Há um pessoal que não se indigna diante do fato da mulher negra ganhar, em média, muito menos que o homem branco para uma mesma função. Indigna-se com quem diz que racismo existe no Brasil”, disse Sakamoto.
Há 320 anos morria Zumbi, abatido pelo ódio de seus perseguidores, por defender uma sociedade justa, onde negros, índios e brancos vivessem em harmonia. Que a utopia de Zumbi permaneça em cada coração que luta por liberdade. Para refletir.
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