A Confraria Nós Poetas começou com um encontro de cinco amigos, no Baba Som, um bar de roqueiros, no Conjunto Santo Eduardo. A ideia original do grupo era publicar o livro ‘Nós Poetas’, segundo Eduardo Proffa, professor e poeta que já tem vários trabalhos publicados.
“Eu já tenho um trabalho de poesia e me senti incomodado com amigos que têm poesias, musicalidade e não tinham publicado nenhum livro; isso me incomodava de uma forma angustiante, que eu não achava que tanto talento ficasse guardado debaixo da gaveta”, comenta.
Eduardo Proffa comenta que propôs aos amigos fazer um livro: “No começo eles ficaram em dúvida. Quando eu lancei o “Hopedaria” (seu livro de poesias), Guilherme Ramos Miranda, do Sesc, propôs que fosse feita uma atividade lá e foi surpreendente. O recital do Sesc abriu várias portas pra gente”, destaca.
A poesia contagia e atualmente o grupo se apresenta em recitais do Sesc, escolas, alvoradas poéticas, escolas e diversos locais e tem mais de mil confrades numa página do Facebook; uma amizade virtual que transformou-se em algo real, palpável.
Eduardo Proffa conta que em três recitais o grupo já colocou cerca de 1.500 pessoas; queriam sair do comum e surgiu a ideia de fazer os movimentos da poesia e foi colocada sonorização. “A gente declamava dentro da melodia; isso foi num primeiro momento. Num segundo momento, declamamos nas praças, nas ruas, fazendo recitais; no Quintal Cultural, escolas, entre outros lugares”.
Proffa, que é paulistano e alagoano de coração, comenta ainda que em outra atividade do Sesc, com fotografia, foi feita uma atividade num dia de chuva e mesmo assim foi um sucesso. “Debaixo de um dilúvio, pensávamos que não ia ter ninguém na atividade e tinha muita gente. Assustadoramente fantástico”, avalia.
O grupo é feito de coragem e da sensibilidade que a poesia proporciona; atualmente está com uma exposição no anexo do Teatro Deodoro, até o mês de dezembro. São 30 poetas que convidaram fotógrafos e fizeram as fotos em cima da temática das poesias.
Ele conta que dessas atividades foram surgindo outras oportunidades para o grupo e abriram as portas. Daí Eduardo Proffa diz que receberam o convite de Carlito Lima para participarem da Flimar (Festa Literária que aconteceu de 11 a 14 último).
O grupo fez uma alvorada poética, com apresentação no evento e colocaram um box com os livros dos poetas da Confraria. Pelas ruas da cidade de Marechal Deodoro, no último sábado, eles saíram pelas ruas da cidade declamando suas poesias e foi um sucesso na comunidade.
“Dividimos dois grupos um foi para uma parte da cidade e outro em outro local e terminou no palmo, maravilhoso; só emoção”, exalta. No dia 25 de novembro a Confraria vai fazer uma tarde de autógrafos, com livros de poetas do grupo.
Pedro César, confrade, está lançando um novo trabalho ‘A Palavra vira poesia’, que tem 50 poesias comemorando os 50 anos de vida do autor. Ele diz que a publicação é uma comemoração para celebrar a data e a temática do livro é o amor.
“A palavra de ordem é amar; nesse livro as pessoas vão encontrar diversas formas de amar; o amor ao próximo, no ato de você acolher, de cuidar do próximo; o amor retratado na passagem bíblica, em Corintos, que fala do amor que não tem inveja nem vaidade; além da temática do relacionamento de duas pessoas que se conhecem numa clínica terapêutica”, explica.
Geo Santos é um dos fundadores da Confraria e diz que até então as poesias eram colocadas apenas no Facebook e partir desse encontro no Santo Eduardo nasceu a ideia da Confraria e por meio do grupo surgiu a oportunidade de lançar o livro.
“Sou um dos sócios fundadores, mas já escrevia poesia na adolescência, inclusive na abertura da minha parte poética no livro, eu coloco que já no grupo escolar eu fiquei encantado com aa A fonte e a flor, que é uma poesia de Vicente de Carvalho”, pontua.
Ele termina a entrevista recitando um poema seu dedicado aos jornalistas franceses da revista Charlie Hebdo, alvo de um ataque mortal de um comando jihadista em janeiro de 2015.
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