Djalma Falcão destaca que, apesar das dificuldades da atual conjuntura política, tem um grande respeito pelo mandato da voz do povo, pela soberania do voto popular: “Sem soberania não há democracia e a melhor saída é a democracia; sem democracia vamos cair na situação de 1964, e aí não tem limites”, ressalta.
Segundo o político, o PSDB; PFL [atual DEM]; PMDB; Solidariedade são todos
partidos de aluguel. “Essas pessoas são herdeiras do descalabro
político administrativo e social do Brasil”, complementa. Foto Paulo
Tourinho
O ex-prefeito argumenta que a presidente Dilma
está aplicando o remédio que ela não queria aplicar, “se utilizando da
proposta do candidato Aécio Neves [PSDB], para empurrar goela abaixo do
povo, mas mesmo assim eu não faço coro com aqueles que querem o
impeachment dela: em primeiro lugar porque foi o resultado da soberania
da sociedade, porque sinceramente, eu não vejo, com raríssimas
exceções, uma alternativa para o Brasil”, pontua.
Segundo o político, o PSDB; PFL [atual DEM];
PMDB; Solidariedade são todos partidos de aluguel. “Essas pessoas são
herdeiras do descalabro político administrativo e social do Brasil”,
complementa.
Militares praticaram crimes e criaram DOI-CODI
Segundo Djalma Falcão, os militares praticaram
os crimes de sequestro; assassinato; demissões do serviço público;
perseguiram lideranças democratas; criaram o Doi-Codi. No tempo
anterior, a política era feita de maneira extremada, a paixão política
predominava. Aí vem a queda da ditadura militar, e eu m sinto honrado de
ter combatido a ditadura militar”, ressalta.
“Eu era líder do MDB na Câmara e dei a minha
contribuição. Posso garantir a todos, sem estardalhaço, com absoluta
firmeza, que eu nunca fiz concessão a tudo aquilo que ofende a minha
consciência e a minha consciência é o farol que me guia na vida pública e
particular. Não interessa o que dizem a respeito, leiam a história, e
vão encontrar um homem decente, correto, digno”, avalia.
Com dois livros escritos sobre a trajetória
política do Estado [Um homem e seu destino e Episódios], Djalma diz que
tem um acervo guardado, entre fotos e jornais, sobre toda a swua
vivência política no Estado e no país.
“Tenho mais de 3.500 páginas guardadas, além de
mais de 500 fotos sobre vários aspectos. O que posso dizer é que foi
exatamente a partir da instalação da Nova República, em 1985, quando
elegemos Tancredo Neves, que tivemos o infortúnio de ele não tomar posse
e termos na Presidência da República a figura da ditadura que é José
Sarney”, lembra.
Segundo ele, o período anterior a 1985
[1945-1985], havia o embate quase embrutecido no campo da política e o
pós-ditadura. “A triste constatação a que eu cheguei é que não há termos
de comparação possível entre os políticos antes de 64 e 85 e os
políticos pós esse período”, avalia.
Djalma analisa ainda que com a criação dos
partidos, ainda quando havia MDB, o velho Movimento Democrático
Brasileiro, que era comandado por Ulysses Guimarães, e um grupo seleto, a
política era feita em torno de princípios e patriotismo, consciência
política.
“Com o desaparecimento de dr. Ulysses Guimarães,
o MDB, que havia se transformado em PMDB, se tornou o maior e mais
detestável partidão de aluguel brasileiro, até hoje. Totalmente
descaracterizado; 90% da direção do partido, hoje, pertencia à ditadura
militar, foram os responsáveis pelos crimes ocorridos na época”,
recorda.
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