Olívia de Cássia - Jornalista
Estou torcendo pelo Brasil, hoje e sempre e quero que ele
ganhe a Copa, sim, independente de corrupção, de faltar ainda muita coisa a ser
conquistada, independente da violência que campeia lá fora. Essa propaganda do contra espalhada nas redes
sociais para mim é uma tolice.
Como disse o blogueiro Adriano Tonon, em artigo intitulado ‘Eu
não concordo com os protestos contra a copa’, o dinheiro que tinha que ser
gasto, já foi. “Deixar de ter Copa aqui não vai trazer o dinheiro de volta. O
que era pra ser feito e não foi feito, também não será feito. Simples assim”,
observa.
Assim como Adriano, eu penso por outro lado. “São Paulo não
precisa da Copa para ser a cidade mais importante do país. Da América Latina,
na verdade. Com Copa, sem Copa, as coisas vão continuar acontecendo por aqui.
Shows, festas, passeatas, infraestrutura, governo corrupto, investimentos,
violência, reuniões de negócio, exposições,
arenas de futebol” e outras coisitas mais.
Toda essa divulgação negativa, para mim, só evidencia o
complexo do vira-lata, expressão criada por Nelson Rodrigues, para definir a
mania dos brasileiros de se inferiorizarem perante o resto do mundo. Ora, por
que o Brasil não tem condições de seciar uma Copa do Mundo?
Quando estava para ser definido se a Copa 2014 seria aqui,
muita gente ficou de esguelha, esperando o resultado para começar a detonar: aprovada
a proposta, alguns espernearam e outros ficaram calados; agora se rebelam.
Certamente se não tivesse sido escolhido o Brasil, os que
torcem para que não dê certo seriam os primeiros a reclamarem dizendo que o
país é tão incompetente que não tem capacidade nem para bancar um campeonato
mundial. Aceito o desafio, não adianta a torcida do contra, vai haver e falta
pouco para começar, preparemos nossos corações para torcer.
Eu vinha num ônibus do Benedito Bentes via Centro, nesta quinta-feira,
29, e uma senhora de pouca instrução estava dizendo para outra que nessa Copa
ia morrer muita gente. Olhei para a senhora com ar de indignação e disse: ‘Minha
senhora, acabe com essa história’ e a outra que ouvia a conversa concordou
comigo.
Mortes acontecem todos os dias, não por conta da Copa, mas
da sociedade violenta, da falta de valorização da educação, de uma sociedade
corrompida, de políticos mal intencionados e de tantas outras coisas. Mas todos
esses males e mazelas não são de agora e não vão acabar se não tiver Copa.
Muita gente que está torcendo contra é impossível dissociar
o fato da questão política: são em sua maioria os opositores do governo federal.
Os que fazem oposição ao governo Dilma espalham e difundem no noticiário e nas
mídias sociais muitas notícias falsas e outras bem negativas contra o governo,
incitando movimentos nos dias dos jogos. Isso não se faz, para mim, isso é
falta de caráter ou desinformação, me desculpem os que pensam ao contrário.
Eu não sou burra e nem doida e sei que o futebol já foi
muito usado no país, na época da ditadura militar, para anestesiar mentes e
corações. Enquanto 90 milhões naquela época em ação estavam torcendo pela seleção,
dezenas de brasileiros estavam sendo torturados e mortos nos Doi-Codis da vida,
mas agora os tempos mudaram.
Muitos desses agourentos que agora torcem ao contrário, naquela época não estavam nem aí para o que
acontecia nos bastidores da política brasileira e nem ligavam para direitos
humanos e acreditavam em tudo o que os militares diziam. De repente vejo uma
horda que sempre esteve do lado do poder, que nunca lutou por um Brasil melhor
e mais justo, se armando contra tudo e contra todos, num ato de rebeldia
tardia.
Por que na época dos militares e de outros governos
reacionários esse pessoal não se insuflou? Será que não havia corrupção e
roubalheira naquela época? Certamente que havia só que os jornais e os meios de
comunicação eram empastelados e proibidos de dizer qualquer coisa contra o
governo, e quando falavam, o que os repórteres escreviam era substituído por
receitas de bolo. Boa tarde!
3 comentários:
LI SEU ARTIGO, OLÍVIA. TENHO O DIREITO DE DISCORDAR DELA AMPLAMENTE. A MIM ME PARECE UM ARTIGO QUE PRESTA UM DESSERVIÇO À SOCIEDADE, COM TODO O RESPEITO (E TENHO MUITO) PELA JORNALISTA E AMIGA OLÍVIA. OS QUATRO ÚLTIMOS PARÁGRAFOS É DE UMA FALTA DE CONHECIMENTO HISTÓRICO, POLÍTICO E SOCIAL QUE, PARA DEFENDER SEU PONTO DE VISTA, DÁ COMO VERDADES O QUE APENAS PARCIALMENTE O É. CLARO QUE NUMA ANÁLISE DE DISCURSO CRÍTICA, ESCREVEMOS DEFENDENDO POLITICAMENTE NOSSOS IDEAIS, NOSSAS CRENÇAS. A JORNALISTA TEM OS DELA E LUTA POR ELES, O QUE É SADIO. PORÉM TUDO NA VIDA TEM SEU CONTRAPONTO. DEFENDER OU NÃO ESSA COPA NO BRASIL É DE FÓRUM ÍNTIMO, MAS QUANDO EXPOMOS NOSSAS IDEIAS, DEVEMOS ESPERAR A CONTRAPARTIDA. NÃO É PORQUE O TEXTO VEM DE UMA JORNALISTA IDÔNEA QUE ELE É ISENTO DE IDEOLOGIAS E DEFINITIVO, PELO CONTRÁRIO. A ARTE DO JORNALISMO ESTÁ, CREIO EU, NO DIALOGISMO. NÃO DEFENDO NEM DEFENDEREI A COPA DE 2014 POR MUITOS MOTIVOS, MAIS DESTACO APENAS ALGUNS: CORRUPÇÃO, POLITICAGEM, MAL CARATISMO, DESPREZO PELO ERÁRIO PÚBLICO, ENTRE OUTROS. JAMAIS CONCORDAREI COM AQUELE BLOGUEIRO, ADRIANO TONON: “Deixar de ter Copa aqui não vai trazer o dinheiro de volta. O que era pra ser feito e não foi feito, também não será feito. Simples assim”. SIMPLES ASSIM? QUE VISÃO CONFORMISTA É ESSA? É POR ESSAS E OUTRAS QUE, DE FATO, ESSE PAÍS NÃO MUDA. CALAR DIANTE DO DESCASO, DA MISÉRIA PRÓPRIA E ALHEIA, DA CORRUPÇÃO, DO DESRESPEITO AO HUMANO SÓ ME FAZ SER ALGUÉM ABOMINÁVEL, CONSTITUIDOR DO STATUS QUO, ALGUÉM QUE SE COMPRAZ COM A DESGRAÇA DOS OUTROS, PESSOA EGOCÊNTRICA, QUE EM SE ATENDENDO OS MEUS ANSEIOS, O RESTO QUE SE DANE. ISSO TUDO REPRESENTA ESSE BLOGUEIRO. DIGO NÃO À COPA, AO TÍTULO, PORQUE SEI (E A HISTÓRIA RATIFICA) QUE SERÁ USADO E ABUSADO POR ESSA CORJA DE POLÍTICOS BRASILEIROS, QUERENDO IMPINGIR A TODOS NÓS QUE, SE NÃO FOSSE ASSIM, FARÍAMOS FEIO PARA O MUNDO, ESSE MESMO MUNDO QUE NÃO PERDOA UM SÓ ERRO NOSSO, HUMILHANDO-NOS COM SEUS COMENTÁRIOS (CORRETOS E INCORRETOS) TAMBÉM MUNDO AFORA. TENTARÃO EMPURRAR GOELA ABAIXO QUE OS GASTOS ERAM NECESSÁRIOS. NÃO, NÃO ERAM NECESSÁRIOS, NUNCA FORAM E JAMAIS SERÃO. DIGO NÃO A ESSE BRASIL QUE AÍ SE APRESENTA. E DIGO MAIS: SOU BRASILEIRO ORGULHOSO DE SÊ-LO PELO QUE TEMOS DE BOM, MAS NÃO COMPACTUO COM ESSA IMORALIDADE. REPITO: TORCEREI CONTRA, NÃO CONTRA O FUTEBOL MAS CONTRA TODA A SIMBOLOGIA DA CORRUPÇÃO QUE ESSE ESPORTE POR ORA TRAZ CONSIGO VIA SENADO, CONGRESSO, CÂMARAS, PREFEITURAS, FIFA, CBF E TODAS AS CONFEDERAÇÕES. NÃO SOU UM SANTO, MAS NESSE INFERNO NÃO QUERO E NÃO VOU ENTRAR. VOLTANDO AO ARTIGO (MUITO BEM ESCRITO), AINDA PENSO QUE ELE É UM DESSERVIÇO A TODOS NÓS, MAS RESPEITO O POSICIONAMENTO E A CORAGEM DA OLÍVIA EM DEFENDER ALGO TÃO ENVOLTO NA PODRIDÃO DOS INTERESSES MESQUINHOS. NO MAIS, VIVA PORTUGAL! (Pausa para risos, mas em 2014 sou lusitano! kkkkkkkkk)
Prof. Valmir Pimentel Amaral
OLÍVIA, CASO ESSE MEU COMENTÁRIO VENHA A CONSTITUIR UMA AGRESSÃO (O QUE NUNCA PASSOU PELA MINHA CABEÇA), POR FAVOR ME DESCULPE E EXCLUA-O IMEDIATAMENTE. QUIS APENAS TAMBÉM EXPOR A MINHA INDIGNAÇÃO COM O QUE ANDA ACONTECENDO EM NOSSO PAÍS POR CONTA DESSA COPA. BEIJOS! VALMIR
Falta de respeito mesmo é escrever gritando, caro professor Valmir Pimentel Amaral. Deselegante é ser tão idealista que chega a beirar o ridículo. CONHEÇO GENTE DA SUA ESPECIE! PROVINCIANO, RIDÍCULO, INOPERANTE! Vive metido nos livros e se rasgando nas esquinas da vida. Aposto, em busca de alguém que o cale com um empreguinho público para repetir as mesmas façanhas destes políticos.
Não torço pela seleção brasileira, mas não sou ridículo a ponto de torcer por outra seleção! Também não saio por aí querendo aparecer à custa dos outros. Saiba que esse seu discurso é cansativo, enfadonho e repetitivo. E gente como o senhor deveria ser colocado numa jaula ou quem sabe numa camisa de força. (Pausa para risos! kkkkkkkkk)
José Maria Batista
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