sexta-feira, 27 de julho de 2012

Dicotomia entre o dizer e o fazer

Olívia de Cássia - jornalista

Nessa época de campanha eleitoral muita coisa me chama a atenção em alguns candidatos; gosto muito de prestar atenção em tudo. Promessas que nunca vão ser cumpridas, discursos apelativos, xingamentos aos adversários e outras mazelas da sociedade são ressaltados em caminhadas e agora nas redes sociais com muita intensidade também.

O contraste entre o dizer e o fazer dos políticos chega a soar como piada nos ouvidos da gente, pelo menos de quem já está calejado de discursos floreados e cheios de promessas e já não se deixa levar pelo canto da sereia que surge por aí. Entre o dizer e o fazer de alguns vai uma distância enorme.

Alguns especialistas em eleições observam que para evitar enganações, o eleitor deve ler; procurar conhecer a vida pregressa de cada um que se aventura na política e fazer uma comparação de como está agindo no presente. É sempre uma boa fórmula para se tirar conclusões. Mas num Estado onde a maioria não consegue interpretar uma notícia, não sei como isso seria feito.

Segundo analistas, do ponto de vista da prática democrática, a desmitificação dos líderes políticos pode ser encarada como um progresso. É comum eles culparem os meios de comunicação pelas suas trapalhadas e conduta nem sempre boa. É claro que existem raríssimas exceções.

Mas, o que há mesmo, nos dias de hoje, é a falta de compromisso dessa gente com o social, com políticas públicas para a população menos assistidas, cidades sem cuidados, ruas esburacadas, falta de infraestrutura e outras mazelas que a gente vê nos noticiários todos os dias.

É de bom tom observar que do ponto de vista de uma sociedade esclarecida e que acompanha o dia-a-dia da sua comunidade, a desconfiança em relação aos apelos pelo “bem público” e uma visão mais crítica sobre os interesses que movem os líderes políticos são iniciativas que eles não vêm com bons olhos. Dizem logo que isso ‘é coisa do inimigo’.

A assertiva de que “vou trabalhar pelo povo, este maravilhoso povo que me dará a chance de provar que sou honesto, íntegro e que jamais me deixarei corromper”, já é uma prova de que a gente deve desconfiar dessa criatura. Não devemos confiar nesses chavões ultrapassados.

O blogueiro e escritor Jairo de Lima Alves, em seu texto “As Mentiras dos Políticos”, esboça um resumo do que tenho dito. “São omissões de pequenos detalhes, mudanças de opinião por simples conveniência eleitoreira ou até discursos cheios de falácias para acobertar graves fraudes e irregularidades”, diz ele.

A mentira já se incorporou de uma forma tão profunda na vida dessas pessoas, que acreditam mesmo no que dizem. “Uma mentira repetida mil vezes torna-se uma verdade”. Essa frase foi proferida pelo ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels e nunca foi tão verdadeira e perigosa como nos dias de hoje, em tempos de internet e redes sociais.

É nas redes sociais que os políticos estão se aproveitando para propagar suas ideias e planos, aqueles que são publicáveis apenas. Segundo Marcelo Santiago, ninguém mais checa fatos, deu no Twitter ou no Facebook, virou verdade absoluta. É bom que a gente fique atenta para isso. Tenham um ótimo fim de semana e fiquem com Deus.

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