Olívia de Cássia – jornalista
Crescem no Brasil e no Estado as estatísticas de mortes de mulheres, ocorridas em muitas situações por causa do sentimento de posse, da ignorância, da impunidade e da falta de amor nos corações. Segundo Terezinha Vicente, da Ciranda Net, nas últimas três décadas foram assassinadas aproximadamente 91 mil mulheres no Brasil, 7º lugar no ranking dos países onde há mais esse tipo de crime.
“O que mais assusta estudiosos do tema e feministas é o progressivo crescimento do ‘feminicídio’, que vitimou 43,5 mil mulheres só nesta última década, passando de 1.353 para 4.297 mortes por ano, um aumento de 217,6%”, dizem os dados.
Os números são do Mapa da Violência 2012, estudo do Instituto Sangari, baseado em dados do Sistema de Informações de Mortalidade – SIM – da Secretaria de Vigilância em Saúde ( SVS), do Ministério da Saúde e do Ministério da Justiça.
Segundo o estudo, que traz um balanço da violência homicida desde 1980, os homens morrem na rua, as mulheres morrem dentro de casa. “Isso acontece em todas as regiões brasileiras e em todas as classes sociais. E sabemos que o número real é bem maior, devido a má ou não notificação de muitos casos”, observa Terezinha.
Esta triste realidade mostra como são difíceis os relacionamentos entre casais quando não se tem parceria, lealdade e fidelidade. Palavras que para muitas pessoas nada significam.
Nos dias atuais as meninas perdem a inocência muito cedo e tão logo, antes de o corpo se formar, já se envolvem em relacionamentos amorosos sérios, muitas vezes relações tumultuadas, cheias de brigas, de sentimentos negativos, de sentimento de posse e de muito machismo.
Sem conservadorismo e só para uma constatação, nas primeiras décadas do século passado, uma mocinha tinha que se preservar de certas intimidades com seus namorados e muito mais de relacionamentos amorosos, que só aconteciam de fato com o compromisso do casamento e há bem pouco tempo, na maturidade. Quando se fugia disso era um escândalo na sociedade.
Hoje uma menina de 12 anos ou de menor idade que essa já sabe tudo sobre sexo e quer provar e se relacionar seriamente com seu namorado e parceiro. Com tanta modernidade e estimuladas pela mídia, elas se transformam em adultas muito cedo, são ‘adultas-anões’.
A luta feminista iniciada nos primeiros anos do século XX no Brasil seguindo a proposta da queima dos sutiãs não foi para isso, na minha avaliação simples.
Não sou estudiosa do caso, mas pelo pouco conhecimento que eu tenho, nossa luta sempre foi por igualdade nas relações afetivas, direito ao trabalho, com dignidade, salários justos e iguais para funções iguais, para homens e mulheres, luta pela democracia e pela liberdade de expressão.
Mas da mesma forma que em sociedade nada nos é dado de graça, com as conquistas que tivemos também vieram contrapartidas e a deturpação dos valores e das propostas sociais.
Não foram as mulheres que lutaram ao longo dos séculos que causaram essa degradação, mas sim, a própria sociedade midiática do consumo exagerado, do capitalismo sem freio e desvirtuamento dos verdadeiros valores familiares e humanos.
Nessa sociedade consumista e violenta, o ter se sobrepõe ao ser e desde criança as meninas são estimuladas a absorverem e a reproduzir situações que não lhes pertencem.
Creio que nesse caso cabe à própria sociedade e a família constituída fazer esse resgate; se isso não foi feito, vamos ter homens e mulheres convivendo cada dia mais em conflitos e em estado de guerra, quando não se chega ao extremo de assassinatos. É um tema para se debater. Fiquem com Deus.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
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