sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Seguindo em frente

Olívia de Cássia - Jornalista

Depois dos festejos de Momo, há quem afirme que verdadeiramente é quando o Ano-novo começa no Brasil, quando a maioria se volta para a rotina do dia-a-dia. Uma boa notícia para o País divulgada durante o Carnaval é que o índice de desemprego foi o menor desde 2003 e a população ocupada somou 22,5 milhões, uma queda de 1% apenas. A informação é da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Outra notícia positiva: o governo anunciou que apesar da divulgação do corte de R$ 55 bilhões no orçamento de 2012, os concursos estão garantidos, para a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Receita Federal. Além disso, haverá concursos para a Caixa Econômica, Petrobras e outras instituições. Ótima informação para quem é concurseiro e aguarda ansioso por uma chance de entrar no mercado de trabalho com o pé direito e um futuro garantido.

O anúncio de que a Lei da Ficha Limpa vale para as eleições deste ano abalou os bastidores da política brasileira e, sobretudo, da alagoana. Ainda há muitas dúvidas sobre eventuais candidatos a prefeitos e a vereadores que podem ser barrados pela nova regra. Entidades que pregam eleições limpas consideram que a novidade ajuda a moralizar a disputa.

A aplicação da lei deve alcançar quem foi condenado por colegiado e quem ainda aguarda julgamento está na expectativa com essa decisão na legislação. Vai mudar um pouco o cenário político que estava sendo desenhado por aqui. O julgamento da constitucionalidade da lei pelo STF (Supremo Tribunal Federal) vai forçar grupos políticos da capital e do interior a repensarem suas estratégias e articulações para as eleições municipais.

Segundo o que diz a lei, o político que tiver condenação por órgão colegiado, seja em primeira instância ou em instância superior, não poderá disputar cargos eletivos. Daqui para frente mudam o cenário e as articulações e as alianças devem se acentuar.

Em Alagoas, uma festa bonita e democrática como o Carnaval, que deveria ser de alegria e descontração, foi pontuada com atos de violência. Violência que configura o Estado em primeiro lugar nas estatísticas negativas do País. É muita notícia triste em um das unidades mais belas da nação. Vinte e nove assassinatos foram registrados pelo IML durante o Carnaval em Alagoas.

Entre os assassinatos, os que mais chamaram a atenção da polícia estão os da garota Gabriela de Melo, de dez anos, morta com uma bala perdida, quando brincava na porta de casa, no bairro do Jacintinho; e o do jovem Bruno Macena, assassinado a tiros dentro do bloco Tudo Azul, em Murici.

Mas os números totais da violência no Carnaval de Alagoas ainda devem crescer porque ainda não foi fechada a estatística dos que não foram anunciados. Segundo Relatório Nacional sobre Direitos Humanos no Brasil, a ineficácia do Estado perante o aumento da violência gera ainda mais violações de direitos humanos e impunidade, além de aumentar o sentimento de insegurança e revolta da população.

Precisamos de ações mais enérgicas, de mais policiamento nas ruas, mais rigor nas punições dos infratores e um repensar dos nossos valores, que estão tão esquecidos nas últimas décadas.

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