Olívia de Cássia – jornalista
Está chegando o Carnaval, a folia pede passagem. Em alguns estados do Nordeste já começou. Em Maceió, alguns bailes e prévias anunciam que o tempo de Momo vem por aí. Quem me conhece sabe que sou festeira mesmo, isso eu não nego. Assim como gosto de rock in roll, sou fã dessa festa democrática que é o Carnaval.
Se eu tivesse saúde e mais condições não perderia nenhuma festa, nem baile, desses que anunciaram por aí, mas esse ano, até agora, só pude ir ao Vermelho e Preto, no Jaraguá Tênis Clube. Os bailes de Carnaval, nas décadas de 60, 70 e 80 reunia a sociedade brasileira nos clubes.
Todos iam fantasiados, havia concursos de fantasias, os salões se enfeitavam. Cada um se esmerava para fazer mais bonito. A gente aproveitava para paquerar os meninos, principalmente aqueles que estudavam fora da cidade. Era uma festa de magia que me encantava.
A Associação Atlética Palmarina, em União dos Palmares, ficava toda enfeitada para os bailes que aconteciam à noite e no domingo e na terça as matinês infantis. Assim acontecia na maioria das cidades brasileiras, mas os bailes foram minguando, foram surgindo os trios elétricos até que foram acabando no Carnaval e a festa de Momo passou a acontecer apenas nas ruas.
Da mesma forma que sou romântica e um tanto quanto saudosista, sinto falta dos antigos carnavais e aplaudo quando surge por aqui alguma inciativa de resgate dos antigos carnavais de clube.
Nesse dia 9 de fevereiro comemora-se o Dia Nacional do Frevo. Em Pernambuco a data está sendo lembrada com muita frevança pelas ruas do Recife, durante todo o dia até a noite. É muita energia, alegria, irreverência, fantasias e animação por lá, a gente poderia fazer isso por aqui também, já que no passado pertencíamos àquele Estado.
Em Maceió, também no Dia do Frevo, acontece o baile municipal, mas só entra quem tem convite, é um evento fechado e seletivo, mas de muito bom gosto. Neste sábado, 11, tem prévia na orla, quando desfilam vários blocos; infelizmente, o Carnaval de Maceió se resume apenas a isso e convencionou-se dizer que a capital alagoana é para se descansar no Carnaval.
Eu não concordo com isso. Depois das prévias a cidade fica morta para o Carnaval; se tivesse frevo por aqui o povo não ia para outros estados. Uma pena isso.
Eu já contei em outras oportunidades para meus leitores que quem me iniciou nas brincadeiras de Momo foi a minha saudosa tia Ozória; nesse ponto eu sou igualzinha a ela. Minha tia não perdia um batuque.
Ela me levava, quando criança, aos bailes infantis da Associação Atlética Palmarina, sem que meu pai soubesse. Quando ele descobriu, brigou com ela foi perguntar ao padre se era pecado eu brincar Carnaval, pois meu pai era muito religioso.
Para minha felicidade ‘e alegria geral’, o pároco disse ao meu pai que a maldade estava na cabeça das pessoas e que não era pecado minha tia me levar para os estejos de Momo. A partir daí, não perdi mais uma festa. Bendito seja esse padre.
Que nesse Carnaval haja tranquilidade e que todos possam brincar e se divertir, não esquecendo as responsabilidades, pois quando a folia acaba, a realidade bate à porta e a vida continua.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
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