domingo, 5 de fevereiro de 2012

O que pensa cada um de nós

Olívia de Cássia – Jornalista

Desde que aconteceu o atentado contra a vida do filho do deputado Antonio Albuquerque (PTdoB), o jovem Nivaldo Ferreira Albuquerque Neto, 24 anos, que algumas pessoas têm se utilizado maldosamente das redes sociais para destilar ódio, sede de vingança e mensagens de mau gosto na internet.

O estranho comportamento de internautas que dizem defender a não violência, no Facebook, Twitter e mídias afins não dá para entender, no entanto. Não quero aqui fazer demagogia e querer parecer ser boazinha, mas como cristã e jornalista tenho obrigação de refletir a respeito de algumas questões postas na ordem do dia.

Sábado, dia 28, no meu plantão no site Tribuna Hoje, eu presenciei uma cena que me deixou comovida: uma mãe da periferia, desesperada, se atirando sobre o corpo do filho morto a tiros, em Cruz das Almas, provavelmente mais uma vítima do crack e da violência que não para de crescer. Não dá para a gente sair de uma experiência dessas com a mesma atitude.

Essas pessoas que destilam ódio e sede de vingança dizem que não gostam de violência, falam do governo que não toma atitude contra tantas mortes no Estado, criticam o próprio deputado AA e outros de formação conservadora e chamados de direita, pela forma de fazer política, mas vibram com uma notícia de atentado contra a vida de um ser humano.

O que aconteceu com o jovem Nivaldo Neto, filho de AA, foi um extremo ato de violência contra a vida. Se o idiota ou mais de um fez ou fizeram isso na intenção de atingir o deputado, creio que o feriram de morte, pois não é fácil para um pai ver o filho numa situação dessas.

Mas olhando por outro lado, de maneira mais fria e técnica, quem o fez, além de ser escandalosamente um assassino, é muito burro, pois o parlamentar vai passar a ser considerado como vítima da história e é, no momento. E com a comiseração das pessoas sua popularidade vai aumentar ainda mais.

Independente de quem seja a vítima, não devemos pregar a violência, mesmo que a maneira do deputado AA de fazer política (comenta-se) não seja das mais pacíficas. O mundo já está por demais desorientado e agressivo, devemos cultivar a paz. Ela começa dentro de cada um de nós, nas atitudes que tomamos e nas decisões que adotamos.

O rapaz em questão está em estado gravíssimo na Unidade de Terapia Intensiva, em Arapiraca, devemos orar por ele e pedir a Deus que tenha compaixão de sua alma. Ele levou vários tiros na sexta-feira e passou por cirurgias; dizem que corre perigo de morte, apesar de terem sido suspensos os boletins médicos.

A violência cometida contra o filho do deputado já dá uma pequena amostragem de como será o período eleitoral no Estado, considerado o mais violento do País. Concordo com a vereadora Heloísa Helena (PSOL), quando critica a postura dessas pessoas que destilam seu ódio pelas redes sociais.

“Todos sabem o quanto é abominável a forma de fazer política do deputado estadual Antonio Albuquerque (PTdoB) e de muitos outros. No entanto, considero vergonhosas as comemorações e deboches diante da tentativa de assassinato contra o filho do deputado”, disse ela no Twitter.

Li o seguinte comentário no site Cada Minuto: “Sei que os filhos não têm nada com as ações dos pais, porém é nessas horas que eles têm de sentir na pele o que a maioria dos alagoanos passam com os roubos de dinheiro que eles tiram da segurança, saúde, moradia e dos serviços sociais da população pobre. Deus é justo”.

A revolta contra os políticos ladrões é justa, mas devemos retribuir isso com nosso voto de protesto, votando contra eles nas eleições. Essa é a melhor forma. O estranho é que muitas pessoas que destilam ódio e revolta, no dia da eleição votam até se o político paga um refrigerante. Não deveria ser assim.

Diante de tanta palavra agressiva, eu pergunto: quem somos nós para querer nos arvorar de justiceiros ou donos da verdade¿ Não existem verdades absolutas, cada um tem a sua, a seu modo. Deixem que a vida ou próprio Deus tomem conta disso. Que a paz seja restabelecida em nosso Estado tão sofrido. Até mais.

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