terça-feira, 8 de março de 2011

Terça-feira de Carnaval...

Olívia de Cássia – Jornalista

De domingo à tarde para cá minha rotina tem sido sem festa; começo a escrever às 4h43 desta terça-feira de Carnaval; acordei às 3h30 da manhã para dar leite aos gatinhos órfãos. Ligo a televisão e está passando o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Faço um café para me distrair um pouco. Por um instante tive saudade da Cidade Maravilhosa.

Faz muito tempo que não visito o Rio; era uma viagem que me encantava na juventude e que fazia no fim do ano. Às vezes penso que nem sei mais como é a cidade. Daqui a pouco sai a Beija-Flor de Nilópolis que vai homenagear o Rei Roberto Carlos. As escolas estão bonitas, mas não tenho paciência de ficar sentada para ver o desfile até o fim. O sono já foi embora.

Os gatinhos se acomodaram depois de barriga cheia, acho que vou gripar mesmo. A garganta está começando a ficar inflamada, tenho crises de espirros e o nariz começa a fungar. Ainda continuo sem net em casa e estou postando os textos no blog na casa dos vizinhos nesse feriado de Carnaval.

Pego o livro e vou ler um pouco, mas a vista já está ruim e essa hora da manhã, nem a lâmpada acesa ajuda, as letras tremem, fica quase impossível ler alguma coisa, mas insisto. Releio agora ‘Caminhos Cruzados’, de Erico Verissimo, estou dando continuidade às minhas releituras, depois de ter azedado meu Carnaval.

Paciência, ano que vem tem mais e espero ainda estar disposta e com saúde para brincar e aproveitar por muito tempo. Se fosse em outras épocas que esse imprevisto tivesse acontecido, não sei como seria a minha reação. A maturidade nos traz um pouco de bom senso e compreensão. Isso pelo menos é um lado positivo da velhice, tinha que ter alguma coisa boa, pelo menos.

Penso na possibilidade de que terminado o Carnaval eu posso receber uma boa notícia de emprego; isso me deixa mais conformada com essa situação. Quem sabe eu tenha a resposta positiva a partir da semana que vem, no máximo. Estou realmente necessitada e preciso recuperar minhas perdas materiais, já que as espirituais a gente não pode mais recuperar.

As espirituais a gente procura compensar com outras substituições que possam nos preencher, se não de maneira igual, mas de forma um pouco ou menos intensa, da maneira que for possível. Na minha idade a gente não pode esperar muito da vida: o que vier será lucro.

Sonhos eu os tenho e muitos; ainda bem que sonhar não paga aluguel e por enquanto ainda é de graça, como diríamos há algum tempo; não tem limites de idade. Sonhar faz bem, mas os sonhos de hoje tem uma outra conotação, não são mais aqueles sonhos impossíveis da infância e os idílicos da juventude. Os da maturidade são mais palpáveis e possíveis de ser realizados, apesar dos empecilhos que a situação financeira nos traz.

Quem sabe esse ano eu possa publicar meus escritos, conseguir aumentar minha renda para me munir de uma boa máquina fotográfica, fazer a reforma tão sonhada da minha casa, viajar para conhecer cidades que não conheço, inclusive de Alagoas, ter uma vida mais saudável, tranqüila e de muitos contatos profissionais e amigos.

Esses são os meus sonhos da maturidade, propostas que para muitas pessoas são fáceis de ser realizadas e que nem podem ser consideradas de sonhos como os são para mim. Espero poder este ano que se inicia pós-carnaval, poder realizar estes e muitos outros mais. Um bom Ano-Novo pós-Carnaval para todos, a vida segue em frente.

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