Olívia de Cássia – jornalista
A palavra que eu mais ouvi durante a transmissão desse Carnaval foi o termo superação. Foi o mais usado por comentaristas, jornalistas e componentes das escolas de samba, nos desfiles de São Paulo e do Rio de Janeiro. A primeira foi a do maestro que ficou impossibilitado de usar a batuta por um problema de saúde e foi homenageado pela escola que foi a vencedora em Sampa.
Vi a superação das escolas que tiveram o barracão incendiado e que fizeram desfiles belíssimos como a minha Portela, a Grande Rio e a União da Ilha. Exemplos de que com amor e dedicação pela causa, seja ela qual for, é possível a gente sobreviver além das dificuldades e tragédias.
Assisti a uma homenagem belíssima da Beija Flor de Nilópolis ao nosso Rei, Roberto Carlos, que me levou às lágrimas. Aprendi nesse Carnaval de tantos acontecimentos, que superação é quando a gente consegue ultrapassar as limitações do corpo e da mente e apesar delas conseguir realizar alguma coisa boa e positiva, para nós e para os outros.
Aprendi que passar por cima das adversidades é a ordem do dia. Que é preciso ter muita dignidade, disposição e foco para que a gente consiga minimizar os problemas. Passei essa terça-feira de Carnaval pensando nessa moça (que vou chamar de Melina) que foi violentada, estuprada, cuja dignidade foi totalmente destruída.
Ela vai precisar de muito amor e compreensão da família e dos amigos para conseguir neutralizar os efeitos dessa brutalidade sofrida. Ontem foi um dia de reflexão para todos os moradores da minha rua, que se sentiram chocados com essa violência sofrida por ela, na Barra de São Miguel, quando brincava os festejos de Momo com familiares e amigos.
Estamos todos abismados e solidários ao mesmo tempo. E tudo fica mais triste ainda, quando essa semana foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, que completa o centenário da data também este ano. Sabemos que apesar dos avanços que os movimentos feministas e femininos conseguiram na lei e na vida, ainda falta muito para que a gente tenha a igualdade de direitos reconhecida na sociedade.
Ainda há muita exploração da nossa mão-de-obra, salários desiguais, apesar de, às vezes, as mulheres exercerem a mesma função que os homens. O representante da FAO disse no noticiário da Rede Globo, nesta terça-feira, que “se se resolveram as desigualdades, a fome pode diminuir no mundo”.
Uma declaração belíssima e que se for colocada em prática talvez o mundo se torne melhor, menos violento e com mais cidadania. Avalio que o que vale na vida é a gente ser feliz. Aproveitar as oportunidades, fazer o que gosta; respeitar o nosso próximo e procurar ser solidário, pelo menos um pouco. Se todo mundo praticasse a solidariedade pelo menos uma vez, de vez em quando, a marcha da superação seria bem mais acelerada.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Aqui dentro tudo é igual
Olívia de Cássia Cerqueira Aqui dentro está tudo igual. Lá fora os bem-te-vis e outros pássaros que não sei identificar, fazem a fes...
-
Foto Inteligência artificial Olívia de Cássia Cerqueira (29-09-2024) Quando meus pais morreram, vi meu mundo cair: papai três antes que ...
-
Olívia de Cássia Correia de Cerqueira Jornalista aposenta Revisitando minhas leituras, relendo alguns textos antigos e tentando me con...
-
Olívia de Cássia Cerqueira – Jornalista aposentada (foto Inteligência artificial) Este texto eu escrevi em 1º de setembro de 2009 ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário