Olívia de Cássia – jornalista
Ao som da família Caymi comecei a manhã do meu domingo. Vi um DVD extraordinário de comemoração aos 90 anos de um dos maiores compositores da Música Popular Brasileira. DVD que ganhei do meu amigo e vizinho Eudes. Nana, Dori e Danilo cantam lindamente a obra do pai, que retrata a Bahia de Todos os Santos, com toda a sua magia e encanto. É um mergulho na cultura e na vida baiana, no que ela tem de melhor.
Sambas maravilhosos imortalizados por cantoras e cantores brasileiros de autoria do mestre Dorival Caymi. Ouvindo essas músicas a gente associa logo à obra de Jorge Amado, não tem como fugir disso. Sou fã de Nana Caymi; Danilo é um encanto, uma explosão de simpatia. Êita família abençoada pelos deuses e pela música, um celeiro de talentos.
De repente tive uma ideia e resolvi enviar os originais de ‘Mosaicos do Tempo’ para um professor, historiador e escritor alagoano e pedi que fizesse um comentário sobre meus escritos. Quem sabe ele me ajuda nessa questão da publicação. Seria um dos melhores presentes esse ano.
Volto à leitura, passo o dia assim: passeio um pouco com Malu e Oto no horário da manhã, na volta ligo a TV, mas nada de interessante; coloco o DVD de novo. De repente me veio um aperto no peito, uma saudade repentina no coração e lágrimas escorrem incontidas pelo meu rosto.
Malu e Oto se apressam para me consolar e ‘enxugam’ sofregamente minha s lágrimas, como quem dizem: ‘estamos aqui, não fique triste’. Não tendo com quem conversar, desabafo com eles, ainda que não me entendam da mesma forma que os humanos. Procuro me acalmar para não deixá-los assim, aflitos.
Mas esse sentimento, essa saudade repentina, que invade meu peito, sem ao menos avisar, vem me rondando há uma semana, querendo me contagiar, me esmorecer. Saudade é uma palavra que só se conjuga na língua portuguesa, é um sentimento que não se explica, é único, não temos como evitar.
A gente não pode mudar o curso da vida. Estou me sentindo aflita, preciso encontrar uma solução para todo esse emaranhado de coisas. A vida não é feita de ‘se eu tivesse feito isso ou aquilo’. Já foi, não podemos mudar a história, tinha que acontecer. Daqui a pouco é noite, a tarde cai. Venta um pouco lá fora, mas aqui dentro de casa o abafado é insuportável.
A música lava a alma. Uma letra de Dorival diz que ‘pobre de quem acredita na glória e no dinheiro para ser feliz’. Eu não preciso de muito para ser feliz, Deus sabe. Preciso de pão e poesia também e agradeço todos os dias pela dádiva divina de ainda pensar, andar e escrever, com lógica. Peço ao bom Pai que me conceda essa graça por muitos anos ainda. Amém!
domingo, 13 de março de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Aqui dentro tudo é igual
Olívia de Cássia Cerqueira Aqui dentro está tudo igual. Lá fora os bem-te-vis e outros pássaros que não sei identificar, fazem a fes...
-
Foto Inteligência artificial Olívia de Cássia Cerqueira (29-09-2024) Quando meus pais morreram, vi meu mundo cair: papai três antes que ...
-
Olívia de Cássia Correia de Cerqueira Jornalista aposenta Revisitando minhas leituras, relendo alguns textos antigos e tentando me con...
-
Olívia de Cássia Cerqueira – Jornalista aposentada (foto Inteligência artificial) Este texto eu escrevi em 1º de setembro de 2009 ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário