domingo, 13 de março de 2011

Ao som da família Caymi

Olívia de Cássia – jornalista

Ao som da família Caymi comecei a manhã do meu domingo. Vi um DVD extraordinário de comemoração aos 90 anos de um dos maiores compositores da Música Popular Brasileira. DVD que ganhei do meu amigo e vizinho Eudes. Nana, Dori e Danilo cantam lindamente a obra do pai, que retrata a Bahia de Todos os Santos, com toda a sua magia e encanto. É um mergulho na cultura e na vida baiana, no que ela tem de melhor.

Sambas maravilhosos imortalizados por cantoras e cantores brasileiros de autoria do mestre Dorival Caymi. Ouvindo essas músicas a gente associa logo à obra de Jorge Amado, não tem como fugir disso. Sou fã de Nana Caymi; Danilo é um encanto, uma explosão de simpatia. Êita família abençoada pelos deuses e pela música, um celeiro de talentos.

De repente tive uma ideia e resolvi enviar os originais de ‘Mosaicos do Tempo’ para um professor, historiador e escritor alagoano e pedi que fizesse um comentário sobre meus escritos. Quem sabe ele me ajuda nessa questão da publicação. Seria um dos melhores presentes esse ano.

Volto à leitura, passo o dia assim: passeio um pouco com Malu e Oto no horário da manhã, na volta ligo a TV, mas nada de interessante; coloco o DVD de novo. De repente me veio um aperto no peito, uma saudade repentina no coração e lágrimas escorrem incontidas pelo meu rosto.

Malu e Oto se apressam para me consolar e ‘enxugam’ sofregamente minha s lágrimas, como quem dizem: ‘estamos aqui, não fique triste’. Não tendo com quem conversar, desabafo com eles, ainda que não me entendam da mesma forma que os humanos. Procuro me acalmar para não deixá-los assim, aflitos.

Mas esse sentimento, essa saudade repentina, que invade meu peito, sem ao menos avisar, vem me rondando há uma semana, querendo me contagiar, me esmorecer. Saudade é uma palavra que só se conjuga na língua portuguesa, é um sentimento que não se explica, é único, não temos como evitar.

A gente não pode mudar o curso da vida. Estou me sentindo aflita, preciso encontrar uma solução para todo esse emaranhado de coisas. A vida não é feita de ‘se eu tivesse feito isso ou aquilo’. Já foi, não podemos mudar a história, tinha que acontecer. Daqui a pouco é noite, a tarde cai. Venta um pouco lá fora, mas aqui dentro de casa o abafado é insuportável.

A música lava a alma. Uma letra de Dorival diz que ‘pobre de quem acredita na glória e no dinheiro para ser feliz’. Eu não preciso de muito para ser feliz, Deus sabe. Preciso de pão e poesia também e agradeço todos os dias pela dádiva divina de ainda pensar, andar e escrever, com lógica. Peço ao bom Pai que me conceda essa graça por muitos anos ainda. Amém!

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