sábado, 19 de março de 2011

Encontro que ficará na história

Olívia de Cássia – jornalista

No Dia Internacional contra o Preconceito Racial e Dia Internacional da poesia, o encontro de hoje entre o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e a presidenta do Brasil, Dilma Roussef, fica na história dos dois países como um dos mais importantes já registrados pela imprensa dos dois países.

O presidente Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos e Dilma a primeira mulher presidente de um país latinoamericano, como o Brasil, o último a dar fim á escravidão, oficialmente.

Os negros americanos, assim como em muitos outros países, sofreram todo o tipo de humilhação com o regime de exclusão daquele País. A luta contra o preconceito racial teve homens que se destacaram contra o tirano regime de exclusão social como Mandela, que sofreu 20 anos numa prisão, Steven Biko, entre outros tão importantes quanto eles.

No livro Biko, de Donald Woods, a história do líder negro sul-africano que deu origem ao filme ‘Um grito de liberdade’, o autor relata com primor e dá um depoimento que emocionou milhões de pessoas em todo o mundo, e também conta a história da amizade entre dois homens- um branco e um negro-, que transcende todas as barreiras de raça e classe social.

Pessoas que foram submetidas a todo o tipo de humilhação numa sociedade onde os negros eram vistos como animais ou como seres inferiores. O racismo, assim como todo o tipo de preconceito, é a pior doença que pode existir em uma sociedade, principalmente em uma sociedade moderna, pós-contemporânea.

No Brasil, várias lideranças se destacaram e vale lembrar que aqui tudo começou com o grito de liberdade dado por Zumbi, nosso ‘comandante guerreiro’, que liderou na Serra da Barriga, em União dos Palmares um exército de milhares de negros que se insurgiram contra o que tinha de pior nas senzalas e nas cozinhas dos senhores de engenhos coloniais do pais.

Vindo para o momento de agora, para nós, a presidenta Dilma representa o grito de vitória de todas as mulheres oprimidas, que lutaram e lutam por um país livre, por um Brasil democrático e livre dos preconceitos e das inferioridades.

Dilma incomoda a muitos setores ainda, mas tem domostrado sua capacidade e competência para gerenciar um país machista como o nosso. Machismo enraizado na sociedade e que ainda faltam muitas etapas para ser dizimado e não só de homens, mas infelizmente, de mulheres também.

Mulheres que foram criadas e treinadas para viver num mundo liderado e administrado por homens intransigentes e que carregam dentro de si esse ranço lamentável que é o preconceito.

O encontro entre o presidente americano Obama e a nossa Dilma fica marcado, sim, na história dos dois países, que têm interesses econômicos. Vale salientar que essa não foi só uma agenda de cortesia, sabemos que com Obama vieram empresários americanos, que em crise, tentam vender seus produtos para o Brasil, o sétimo na economia mundial.

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