terça-feira, 22 de março de 2011
O colapso da água...
Olívia de Cássia – jornalista
Vivemos num planeta onde a maior parte é constituída de água. Um bem que está se tornando escasso e que a cada dia corre o risco de secar. Antigamente, não existia tanta preocupação com essa questão, mas o desenvolvimento das grandes cidades e a corrida desenfreada pelo consumo está pondo em risco esse bem que já foi considerado durável.
Seguindo um modelo português, as cidades, principalmente no interior de Alagoas, foram construídas às margens dos córregos e rios. Era ali, sem água encanada, que as populações se serviam: para o consumo próprio, o banho, para as tarefas domésticas ou para outra serventia.
Dessa forma, foram sendo construídos nas casas as instalações sanitárias e os esgotos, que passaram a ser canalizados em direção aos rios e córregos, causando poluição e degradação das suas águas. Além disso os desmatamentos das encostas e retirada de areia dos rios também foram prejudicando todo o curso.
Foi assim também que aconteceu na cidade de União dos Palmares: as residências das ruas da Ponte, Jatobá, Cachoeira, Taquari e adjacências passaram a jogar dejetos humanos e das pocilgas no Mundaú. Em outras cidades ribeirinhas como Santana do Mundaú, Branquinha, Murici e Rio Largo, entre outras, aconteceu o mesmo.
Em junho do ano passado uma grande enchente provocada por uma tromba d’água e pelo grande volume de chuva que caiu em Pernambuco e em Alagoas destruiu e levou tudo o que encontrava pela frente e não sobrou nada ou quase nada.
Nesse Dia Mundial da Água vale um pensamento de como o ser humano está conduzindo e maltratando os seus mananciais, principalmente em Alagoas, em troca do desenvolvimento. Toda essa destruição está causando a escassez de um bem que é tão precioso para a humanidade.
Precisamos da água para tudo: para garantir nosso sustento e a nossa sobrevivência aqui na terra; isso não é falácia, os estudos compravam as teorias. Ultimamente, tem havido campanhas educativas de conscientização do uso moderado e inteligente da água e esse já é um passo importante.
Há alguns anos, numa cidade do interior de Alagoas, houve denúncias de que um fazendeiro e político da região teria queimado e destruído parte da reserva da Mata Atlântica, espécies nativas e mananciais, para o seu uso próprio e a criação do gado.
Denúncias essas que foram publicadas fartamente na imprensa, mas a pessoa que fez o relato foi perseguida e marginalizada; no final das contas, quem ficou de vilão foi o denunciante, que à época das informações apresentou farta documentação comprovando o que estava dizendo.
O político, ‘no frigir dos ovos’, como diria minha saudosa mãe, foi contemplado com milhares de votos na eleição passada, passando a impressão de que não adianta a gente se expor muito diante de tais questões. E eu pergunto às nossas autoridades: o que fazer diante de uma situação dessas?
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