Olívia de Cássia – jornalista
Em tempos de muita agitação política, tecnologias avançadas
e modernidade, podemos dizer, sem medo de errar, como disse um filósofo
clássico que não me recordo o nome agora, que é preciso coerência naquilo que pregamos;
no que escrevemos e no que dizemos.
“O orador, quando estiver organizando a sua peça oratória,
deve atentar para essas três palavras: coerência, clareza e concisão.
Geralmente, não damos muita conta da enxurrada de palavras que proferimos, sem
nexo, sem sentido, sem autocrítica”, escreveu Sérgio Biagi Gregório, no blog do
Centro Espírita Ismael.
Segundo Biagi, é preciso lembrar que “a plateia é
constituída de seres humanos, que momentaneamente estão nos emprestando os seus
ouvidos (e aqui eu acrescento os olhos), para que possamos expressar o nosso
pensamento sobre determinada matéria”, isso para não dizer que é preciso vigiar
porque os ouvidos e olhos de todos são sensíveis.
Na campanha eleitoral deste ano, que culminou com a vitória
da presidente Dilma Rousseff o que mais vimos nas redes sociais, meio político e
nos meios de comunicação foi a falta de coerência de muita gente.
É preciso que sejamos coerentes, claros e concisos. “Somente
assim poderemos influenciar positivamente o pensamento de nosso interlocutor”,
observa Biagi. A jornalista Ana Paula de Araújo, da Revista Nova Escola,
escreveu no site da editora Abril, que cada palavra tem seu sentido individual,
quando elas se relacionam elas montam um outro sentido.
Setores da oposição insistem em ignorar o processo
democrático, principalmente o candidato perdedor, persistindo num discurso
golpista, que cheira mal. A corrupção deve ser combatida, em todas as suas
instâncias e quem cometeu erros que pague pelo o que fez de errado, mas a gente
percebe que as análises dos opositores e da mídia tradicional são
contraditórias: tipo dois pesos e duas medidas.
Se houve corrupção em alguns setores do atual governo ou no
Partido dos Trabalhadores, que sejam reparados e punidos, mas também que sejam
observados os erros cometidos pelo outro lado. “Doa a quem doer”. Como disse o
ex-presidente Lula, querem criminalizar o PT por tudo; daqui a pouco até pela
mudança do tempo o PT vai ser o responsável.
O que vemos são pessoas que defendem o purismo na política e
que votaram nos candidatos que significam o que tem de pior na sociedade brasileira,
a exemplo de Bolsanaros da vida, exortando o fim da corrupção. Ai eu fico
meditando e refletindo: Jair Bolsonaro foi o deputado federal mais votado no
Rio de Janeiro. Celso Russomanno foi o mais votado em São Paulo.
Outros diversos ídolos dos reacionários de Internet, como o
Coronel Telhada ou Marco Feliciano, também tiveram votação expressiva. “O
próprio Levy Fidélix, que teve 0,06% dos votos em 2010, quando era só o
“candidato do Aerotrem”, chegou a 0,43% dos votos com seu discurso homofóbico
em 2014, pouco atrás da “sensação das redes sociais” Eduardo Jorge, com seu
discurso progressista”, disse o blog Um pouco de Prosa.
Portanto, caros leitores, é preciso mais leitura, mais
clareza, mais observância do que dizemos, mais mergulho na história e mais
coerência, para não sairmos por aí dizendo coisas sem nexo e sem sentido. Bom
dia.
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