Álvaro Barboza |
Álvaro Barboza - Procurador do Estado e palmarino
Até o dia 13 de maio de 1888, o Império do Brasil era a
única nação que mantinha o regime escravocrata no continente americano. Por mais
de 350 anos o Brasil foi o maior país escravagista de todo hemisfério
ocidental. Cerca de 10 milhões de homens de cor negra foram trazidos como
escravos do continente Africano para as Américas, 40% desses homens tiveram
como destino o território Brasileiro.
Submetidos toda sorte de agruras foram responsáveis pela
economia durante o Brasil colônia, cujo caminhar resultou na independência e
formação do Brasil Imperial.
A aristocracia rural e senhores de escravos apoiavam e davam
sustentação ao governo e, em contrapartida, recebiam títulos de nobreza não
hereditários. Esse sistema de trocas e de favores interessava tanto ao governo
quanto a aristocracia rural.
Na segunda metade do século XIX, o movimento pela abolição
da escravatura já se apresentava como um movimento urbano, enquanto a
escravidão permanecia como uma realidade tipicamente rural.
Nesse meio tempo nas áreas urbanas a escravidão sofria forte
declínio. No Rio de Janeiro o número escravos que era 100 mil caíra para 7 mil
entre 1864 e 1887. Em São Paulo, os 4 mil escravos registrado em 1872 ficaram
reduzidos a seiscentos em 1887.
Em 1884, as províncias do Ceará e do Amazonas foram as
primeiras a abolir a escravidão no Brasil. Tal fato foi em decorrência da luta
de jangadeiros Cearenses liderados por Francisco José do Nascimento conhecido
como "Dragão do Mar", que se recusavam a transportar para navios
grupos de escravos vendidos para fazendeiros do Sul do país.
Apesar de algumas leis e pressões internas e externas o
Brasil tentava por todos os meios conter os esforços abolicionistas. A situação
chegou ao ponto que a Inglaterra, a maior potência econômica e militar da época
se viu obrigada a atacar navios negreiros e bombardear portos brasileiros.
Assustado o parlamento do império Brasileiro aprovou uma lei
que, pós fim ao tráfico negreiro. Não. Não era ainda o fim do tráfico.
Com o tão esperado fim do tráfico negreiro criou-se uma nova
forma de mercância de escravos no Brasil. As províncias do norte em decadência
econômica passaram a vender seus escravos para os barões de São Paulo e Minas
Gerais. Como resultado dessa nefasta política - os impostos cobrado pela venda
do escravo em 1862, se constituíram na maior parte da arrecadação da província
das Alagoas.
Depois de algumas conquistas do movimento pela abolição, o
Brasil demorou vários anos para se encontrar novamente com à causa
abolicionista. O tema que estava em consentido repouso, de repente ganhou as
praças, as rua de todo pais, clubes antiescravista, jornais, sociedades e,
finalmente da própria igreja.
O crescente movimento pelo fim da escravidão saia das ruas
em direção ao trono imperial do Brasil. Até que a princesa Isabel assumindo
pela terceira e última vez a regência do império decretou o fim da regime
escravocrata no Brasil.
Olhando-se para o 13 de maio de ontem e, comparando-o com o
13 de maio de hoje, conclui-se, que ainda temos de completar nossa abolição,
pois persiste um traço rancoroso e bastante sutil da escravidão, qual seja: o
preconceito contra negros, mulatos, índios e pobres.
2 comentários:
Olívia, fico palmarinamente agradecido pela publicação do meu escrivinhado no seu Blog. Abraços!
Corrigindo: escrevinhado
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