Olívia de Cássia – Jornalista
A violência cometida contra a mulher em nosso cotidiano
ainda é o pior pesadelo para a sociedade, e a crueldade com que vem acontecendo
nos últimos anos também: mesmo com a Lei Maria da Penha, que pune com mais
rigor os agressores e assassinos de mulheres, as agressões têm se multiplicado, basta
acompanhar o noticiário policial.
No último dia 8 de março, quando se comemora o Dia
Internacional da Mulher, os movimentos sociais voltaram às ruas em todo o mundo
para denunciar a opressão que ainda acontece na sociedade atual, onde a
desigualdade, o racismo e outras formas de preconceito e discriminação são
gritantes, apesar de tanta tecnologia e avanço do mundo moderno.
Segundo a Marcha Mundial das Mulheres, há uma resistência do
gênero feminino no mundo inteiro a todo esse estado de coisas. E em carta distribuída nos atos públicos, foi dito que em uma sociedade baseada no
incentivo do consumo orientando a vida e as relações, percebemos a expansão da mercantilização
em todas as dimensões.
Segundo as lideranças da Marcha Mundial, isso se dá
especialmente com a exploração do corpo das mulheres, desde a indústria da
beleza, até o tráfico e a prostituição. A Marcha das Mulheres também denunciou
a lentidão com que os processos contra agressores e assassinos se desenrolam
nas Varas criminais onde muitas vezes ficam soltos para cometer outras atrocidades.
Está mais do que dito e provado que as mulheres sofrem
violência não só nas ruas, mas principalmente em suas casas, vítimas de
companheiros ensandecidos pelo sentimento de posse e pelo ciúme ou de pessoas
da própria família, como acontece com crianças, jovens e idosas.
O movimento também exige que: “É preciso que se adote outro
modelo de segurança que garanta o efetivo combate à violência também contra as
mulheres e que não sirva para criminalizar os movimentos sociais e a pobreza”.
Só para se ter ideia da dimensão do problema, uma pesquisa
global, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no ano passado, apontou
que mais de 35% das mulheres do mundo já experimentaram tanto violência física
e/ou sexual partindo dos parceiros íntimos ou violência sexual de não-parceiros.
E apesar de haver dezenas de maneiras de uma mulher sofrer violência, essa representa a maior
proporção, segundo a pesquisa.
A violência física é definida pela OMS como: ser golpeado ou
ter contra você algo que fere, sendo empurrado ou pressionado, ser atacado com
o pulso ou qualquer outra coisa que cause ferimentos, ser chutado, arrastado,
espancado, enforcado ou queimado propositalmente e/ou ameaçado com armas de
fogo, faca ou outra arma usada contra alguém.
Já a violência sexual, segundo o estudo, é definida como ser
forçado fisicamente a praticar ato sexual quando não é da própria vontade,
praticar ato sexual por medo do que o parceiro pode fazer e ser forçado a
práticas sexuais que o individuo considera humilhante e degradante.
Por fim, o movimento exige também que o Estado brasileiro “não
aceite mais a morte de meninas e de mulheres vítimas de crimes sexistas e que
implemente a Lei Maria da Penha em sua totalidade.
Mas eu avalio que a luta do movimento feminino não se pauta apenas na
questão da violência contra as mulheres: é preciso um olhar diferenciado para o
mundo, onde o meio ambiente seja mais bem cuidado; onde haja a garantia da
cidadania de todos os povos, independente de raça e cor e que sejamos mais
fraternos. Essa é apenas uma parte da história. Boa tarde.
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