Olívia
de Cássia – Repórter
Brincar
o carnaval fora do Estado pode custar muito caro. Em tempo de folia e curiosa
para saber os gastos de quem vai brincar nos principais centros da folia, como
Olinda e Salvador, a reportagem da Tribuna
Independente foi entrevistar
alguns alagoanos que costumam passar o carnaval nessas cidades ou que organizem
essas excursões.
Rose
Mendonça, vocalista do grupo dona Mariquinha e integrante do grupo Baque
Alagoano, conta que há mais de dez anos viaja com um grupo nessa época para
brincar o carnaval em Olinda e observa que o gasto na folia depende de que
forma a pessoa quer ou pode ficar acomodada.
Este
ano ela explica que vai se apresentar com o grupo Baque Alagoano e ficará
hospedada numa posada fora do centro histórico; na beira-mar de Olinda,
com diária a R$ 200, tipo albergue. “É por isso que é mais barato, porque não é
no centro histórico”, explica.
Ela
destaca que os custos da viagem e estadia dependem de várias situações.
“Tem lugar que a diária é de 700 a mil reais e ainda se gasta com comida: se
for num casarão no centro histórico de Olinda, geralmente contrata-se uma
empregada para fazer a limpeza da casa e a comida, além de um segurança; a
feira, mais o transporte”, destaca.
Rose
Mendonça conta que já foi a Olinda em situações diversas: “Já fiquei em hotel
quatro estrelas, pagando caro; “já fiquei numa casa no centro histórico,
pagando razoável; já dormi dentro de um carro em um posto de gasolina, porque
não tinha grana para pagar; também fiquei na casa de parentes de amigos; em
casa de amigos de parentes, entre outras situações”, pontua.
SEM
ALIMENTAÇÃO
Iris
Danielle Tenório e o marido André vão para Olinda num grupo de 20 pessoas
(faixa etária de 20 a trinta e poucos anos). Ela conta que alugaram uma casa no
centro histórico da cidade, com diária no valor de R$ 330. “Sem direito a
alimentação, nem empregada, nada. Todo mundo se vira, cada um faz alguma
tarefa”, explica.
Ela
explica que come na rua, em padarias ou outros locais, “mas quem quer comer na
casa compra os alimentos no mercadinho e prepara, não contratamos empregada ou
segurança e ano passado faltou água na maioria das casas e a gente teve que se
virar para o banho”, explica.
Iris
Danielle conta que quando falta de água, os visitantes utilizam os serviços
disponibilizados pelos moradores do lugar. “Já tem morador que, pensando
nisso, coloca cartaz feito de cartolina na porta. O banho custa R$ 2 e o
xixi R$ 1”, explica.
Outra
alternativa, segundo Iris, são os proprietários de retífica e oficinas ou
outras lojas que não funcionam durante o carnaval. “Esses proprietários
incrementam os banheiros para ser utilizados comercialmente nessa época; eles
sabem ganhar dinheiro, comercializam tudo e a gente já deixa um trocado
separado para essas emergências”, destaca a foliã.
Para
quem deseja conforto, ficar em hotel é a alternativa
Para
quem vai brincar o carnaval nesses locais, tem condição financeira e quer um
pouco mais de conforto, o empresário Raphael Ferreira Carnaúba é proprietário
de uma agência de turismo em Maceió e vai levar dois ônibus com 40 pessoas para
ficarem hospedados em um hotel em Recife, indo diariamente para Olinda.
Segundo
Raphael Ferreira, nesse caso, o pacote para cada pessoa custa R$ 1.122 (as
quatro diárias), com direito ao café da manhã e ao translado todos os dias para
a folia, sendo que no primeiro dia o café será servido no próprio ônibus e à
noite um passeio no Recife antigo, com direito a um guia no ônibus.
Ele
explica que não leva grupos para casarões, porque a responsabilidade é muito
grande para uma empresa levar 40 pessoas desconhecidas para ficarem em casas
alugadas. Disse que em Maceió nenhuma agência oferece esse serviço.
“O
que tem são amigos, amigos de amigos ou conhecidos que se juntam e alugam casas
no centro histórico, mas por conta própria, aqui nenhuma empresa faz isso”,
observa.
Cristiano
Alexandre é outro empresário alagoano que organiza grupos para Salvador. No
caso dele vai levar 12 pessoas para um apartamento de três quartos, hospedagem
no valor de R$ 650, com café, almoço e janta.
Site
calcula gastos nos maiores centros do país
O
site de viagens TripAdvisor criou um índice para calcular o valor de um dia de
festas nas cidades mais badaladas do carnaval no país. Os cálculos levam em
conta uma diária em hotel três estrelas, duas refeições, uma caipirinha, uma
viagem de dez quilômetros de táxi e o ingresso para o desfile no sambódromo do
Rio de Janeiro; o abadá para um bloco tradicional como Nana Banana, em
Salvador. Os valores têm como base o preço médio de bares, restaurantes e
hotéis cadastrados no site.
Recife
ficou em primeiro lugar como o local mais barato, levando-se em conta que a
folia é na rua: R$ 276,26. O Rio veio logo atrás, com gasto médio de R$
1.108,36, à frente de Salvador, onde o custo por dia pode chegar a R$ 1.622,75.
O Rio
tem os preços médios mais altos em todas as categorias analisadas, à exceção do
táxi, que em Salvador a bandeira é mais alta. Veja abaixo os custos estimados:
Com
festa
1 –
Salvador – R$ 1.622,75
2 –
Rio de Janeiro R$ 1.108,36
3 –
Recife (festa gratuita) R$ 279,26
Sem
festa
1
- Rio de janeiro R$ 488,36
2 –
Salvador R$ 382,75
3 –
Recife (festa gratuita) R$ 279,26
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