Fotos: Sandro Lima
Amigos ressaltam o legado deixado pelo historiador,
pesquisador e profissional ético
Olívia de Cássia – Repórter
Em clima de muita emoção e saudade, o jornalista Valmir
Calheiros de Siqueira foi sepultado na tarde desta sexta-feira, 14, no Cemitério Nossa
Senhora Mãe do Povo, em Jaraguá, depois de ter sido velado no Sindicato dos
Jornalistas (Sindjornal), no bairro do Prado, durante toda a manhã e parte da
tarde.
Valmir Calheiros faleceu em decorrência de problemas cardíacos aos 69
anos de idade. Familiares e amigos se despediram lembrando o legado que ele
deixa; o amor pela profissão, as muitas histórias que contava e seu acervo
histórico sobre o jornalismo alagoano. O jornalista e pesquisador teria escrito pelo menos dois livros, que deixou praticamente prontos para
serem editados.
A presidente do Sindicato dos Jornalistas, Valdice Gomes, disse
que ainda não consegue mensurar a perda para o jornalismo alagoano com a
partida do amigo. Segundo ela, o Sindicato já conversou com a família sobre o
acervo deixado por ele.
“O que a gente tem de memória do sindicato é graças ao Valmir.
A sua morte foi uma perda precoce, pela sua produção, sua vitalidade, um
profissional que contribuía com a história política e do jornalismo de Alagoas;
eu acho que no dia a dia é que a gente vai sentir a falta dele”, disse.
A presidente do Sindjornal observou ainda que toda vez que a
categoria precisava de uma informação, recorria a Valmir Calheiros, que era
reconhecido pela memória invejável que tinha; o conhecimento e a vivência da
história. “Fica a gratidão de ter convivido com ele, por ter sido aquela pessoa
de uma inteligência rara e um senso de humor criança”, lembra.
Valdice Gomes também destacou que o legado que o jornalista
Valmir Calheiros está deixando para as futuras gerações de jornalistas “é fundamental
não só em termos do que ele produziu de reportagem, nos 50 anos de jornalismo,
mas do que ele contribuiu com os profissionais, em não se perder de vista a
história do jornalismo, para que a gente entenda o futuro”, destacou.
Para Adelmo dos
Santos, Valmir Calheiros foi um dos jornalistas mais corretos da sua época
O ex-presidente dos sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas,
Adelmo dos Santos, disse que Valmir Calheiros foi um dos homens mais corretos
que conheceu no jornalismo, em sua época de sindicato.
“Era um companheiro
sempre solidário e nos momentos em que a gente mais precisava, ele estava
junto; uma pena que nessa nossa categoria, aos poucos, os
profissionais mais antigos de batente estejam indo para outro patamar, para o
andar de cima, mas é esse o caminho que Deus nos deu”, disse Adelmo dos Santos.
Emocionado, o jornalista e chargista Enio Lins também falou
com carinho e gratidão do jornalista Valmir
Calheiros, o ‘Seu Cara”, como era carinhosamente chamado na categoria.
Ênio Lins lembrou o compromisso ético que ele tinha na elaboração das matérias jornalísticas e disse que Valmir foi uma espécie de pai para ele, quando se iniciou na profissão: “Naquela época não tinha escola de jornalismo e a gente se baseava nos mais antigos para escrever. Ele deixou um legado de ética, simplicidade e humildade", ressalta.
Ênio Lins lembrou o compromisso ético que ele tinha na elaboração das matérias jornalísticas e disse que Valmir foi uma espécie de pai para ele, quando se iniciou na profissão: “Naquela época não tinha escola de jornalismo e a gente se baseava nos mais antigos para escrever. Ele deixou um legado de ética, simplicidade e humildade", ressalta.
Enio Lins observou ainda que Valmir Calheiros nunca buscou
aplausos com as informações, mas, sim, levar o conteúdo informação com verdade
até o leitor. “Ele era um profissional que sempre se pautou pela verdade,
independente de pressões políticas. Sem dúvida, fará uma grande falta para o
jornalismo alagoano. Perdemos um grande cara, infelizmente”, pontuou.
O jornalista Aldo Ivo, que recentemente completou 65 anos de
jornalismo, contemporâneo da velha guarda, disse que ficou surpreso com a
notícia da morte de Valmir Calheiros e que ele era uma enciclopédia: “Ele sabia
das datas e tudo que acontecia nos jornais; conhecia a história dos jornalistas
e a morte dele deixa uma lacuna; não sei quem vai substituí-lo, eu penso que
ninguém. Ele sabia recordar toda a história; tinha tudo na cabeça. A imprensa
de Alagoas e de todo o Brasil está de luto”, destacou.
REFERÊNCIA
Outro jornalista que falou sobre a morte de Valmir Calheiros foi Ailton Vilanova, colunista da Tribuna Independente. Ele disse que
a morte de Valmir foi uma perda irrecuperável, pois ele era uma
referência para o jornalismo da sua época.
“Fomos contemporâneos, trabalhamos juntos na Gazeta de Alagoas e eu tive grandes lições de humildade; ele viveu a vida toda para o jornalismo: pesquisador, inteligente, culto: nunca ouvi do Valmir uma palavra que depreciasse um colega; era um conciliador; uma inteligência privilegiada”, pontuou.
“Fomos contemporâneos, trabalhamos juntos na Gazeta de Alagoas e eu tive grandes lições de humildade; ele viveu a vida toda para o jornalismo: pesquisador, inteligente, culto: nunca ouvi do Valmir uma palavra que depreciasse um colega; era um conciliador; uma inteligência privilegiada”, pontuou.
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