Está se tornando uma constante em nosso Estado,
principalmente na capital alagoana, o assassinato de moradores de rua. Isso já
vem acontecendo há algum tempo e eu me questiono a cada vez que tenho
informação de fatos dessa natureza: o que leva o ser humano a ter tanto ódio
dentro de si para praticar tal crime?
Um levantamento feito pelo Ministério Público Estadual (MPE) indica que em 2011 e 2012, foram 60 homicídios, segundo dados colhidos pela Comissão de
Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB-AL). Até
o mês de abril deste ano já teriam sido quatro assassinatos, estatística que já
aumentou se a gente for pesquisar a fundo a questão.
Por que se mata tanto no país e em nosso Estado? Estamos
vivendo uma guerra e não estamos percebendo isso? Onde anda a democracia? Democracia
de poucos? O que podemos fazer para que tal estado de coisa tenha fim? As
pessoas perderam os valores familiares que aprenderam com seus pais e
cuidadores? O que está acontecendo com o mundo. Por que tanta violência?
O noticiário policial nacional do dia 10 de maio informa que
foram registrados em Goiânia 30 assassinatos de moradores de rua, na escuridão
da madrugada. Para a polícia, quase todas as vítimas são usuárias de crack e
morreram por brigas entre eles ou então por dívidas com traficantes.
Em Maceió, o mais recente caso aconteceu na madrugada desta
sexta-feira (31) na Avenida Menino Marcelo, a Via Expressa, no bairro da
Serraria, em Maceió. Um homem foi apedrejado até a morte. A matéria está no
tribunahoje.com.
De acordo com a Polícia Militar, Jânio Márcio Gomes da
Silva, de 35 anos, morreu após ser apedrejado na cabeça. Ele não tinha
residência fixa. O fato aconteceu em frente a uma agência do Banco Bradesco por
volta das 3h da madrugada.
O jornalista Gilberto Dimenstein, na introdução de um de
seus livros, observa que a verdadeira democracia, aquela que implica o total
respeito aos Direitos Humanos, está ainda bastante longe no Brasil. “Ela existe
apenas no papel. O cidadão brasileiro, na realidade, usufrui de uma cidadania
aparente, uma cidadania de papel. Existem em nosso país milhões de cidadãos de
papel”, ressalta.
A violência urbana nas grandes cidades é sempre explicada
por conta do desemprego, do êxodo rural que incha as cidades, do analfabetismo,
da mortalidade infantil. Todos os
cidadãos têm direito à vida, a ir e vir em qualquer lugar sem que seu direito
seja cerceado. Vamos semear a paz no lugar da discórdia e da violência.
Muitas das atrocidades cometidas contra moradores de rua e
pessoas indefesas, lembram a prática nazista, do extermínio, da segregação. O
nazismo foi uma vergonha para o mundo e o lamentável e mais vergonhoso ainda, é
saber que hoje ainda existem pessoas seguindo esses ideais.
A igualdade deve ser para todos: o mesmo direito que eu
tenho de caminhar pelas ruas essas pessoas que não têm moradia e muitos nem
família, também têm. Ninguém sabe o que levou essas pessoas a viverem como
nômades, sem rumo e sem direção. Fica a reflexão para esta tarde.
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