A violência urbana é um fenômeno das sociedades modernas e
tem aumentado em todo o mundo. No Brasil, nos últimos anos, faz como vítimas, em sua
maioria, jovens, negros e mulheres, de baixa escolaridade, cuja faixa etária em
Alagoas é de até 25 anos, num crescendo assustador, apesar das ações do
Programa Brasil Mais Seguro do Governo Federal.
Tenho acompanhado os casos na imprensa e é estarrecedor o
número de assassinatos diários de jovens, tanto na capital quanto no interior
do Estado; a maioria por conta de dívida com o tráfico de drogas: mais de 90%
por esse motivo, segundo os delegados entrevistados pela imprensa.
Um delegado da Força Nacional, responsável pela área do
Tabuleiro do Martins, falou ao repórter Rívison Batista, do site Tribuna Hoje (em
reportagem publicada nesta quarta-feira) e
disse que a criminalidade do local é crescente. Segundo o delegado, tanto a
idade de quem comete o crime como também das vítimas no Tabuleiro combinam:
fica entre 15 e 25 anos.
“Quem mata é muito
jovem e quem morre também”, afirma, acrescentando que as testemunhas pouco
ajudam a Força Nacional ou a Polícia Civil a solucionar os casos. Ele disse
também que por conta de o bairro ser
muito violento, a população que presencia o crime não colabora muito e a
criminalidade sempre aumenta nos fins de semana.
Informações computadas pela Secretaria de Defesa Social do
Estado e publicados no site da instituição confirmam que em janeiro deste ano
foram registrados 196, em fevereiro 168, e em março 211 assassinatos. A SDS informa que
95% dos casos são de assassinatos de homens e as mulheres somam mais 4% nessa
estatística.
Se comprados com o mesmo período do ano passado, houve um
crescimento da violência no Estado, contrastando com as falas das nossas
autoridades sobre a questão, que em entrevistas à imprensa local falam bonito,
tentando mascarar uma realidade gritante, que a gente não pode esconder.
Quando eu estava no plantão do site Tribuna Hoje, no pequeno
período que passei por lá, geralmente aos
sábados e domingos, eu saía quase sempre para cobrir conflitos e assassinatos. O
último caso que presenciei foi de um jovem de 23 anos, que foi perseguido e
assassinado dentro de uma quitanda, por trás do Conjunto Adelmo Machado, em
Cruz das Almas. A cena daquela mãe desesperada em cima do corpo do filho não me
saiu da cabeça por um bom tempo.
Para acompanhar as ações do Programa Brasil Mais Seguro no
Estado, a Assembleia Legislativa Estadual (ALE) criou uma Comissão Especial. Toda semana a Comissão se reúne para debater o
que vem sendo feito na área de segurança, fazendo visitas ao IML, Perícia Oficial, às
delegacias e demais locais. Nesses lugares a falta de estrutura para o
funcionamento a contento é gritante.
Comprovamos a situação da falta de estrutura do IML na Sexta-feira Santa passada, quando
aguardávamos a liberação do corpo da nossa amiga Cleria Lilian e vivenciamos
ali um constrangimento tão profundo que vamos levá-lo para o resto das nossas
vidas.
O governo federal anunciou a liberação de mais recursos para
construção de delegacias no Estado, mas seria bom também que mais recursos
fossem destinados para a educação, o esporte e o lazer, para ocupar a cabeça
dessa moçada com projetos e políticas públicas culturais nos fins de semana e na sua rotina. Eu
pergunto às autoridades alagoanas: o que está faltando, finalmente, para que se
melhore esses índices destoantes e feios em
nossa terra tão bonita?
Um comentário:
Parabéns Cássia
Pelo se Blogger do amigo
Jorge Izidro
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