Olívia de Cássia - jornalista
Querido Diário, a gente não tem se falado por algum tempo e estou em falta contigo. Tem acontecido um turbilhão de fatos e informações em minha vida e ao redor dela e eu não passei por aqui para te dizer, mas avalio que não há necessidade, pois tudo está intrínseco nesse nosso relacionamento, tu sabes, não preciso nem dizê-lo.
Meu Diário, eu perdi, nesse intervalo de silêncio entre nós, dois grandes amigos, tenho passado por situações inusitadas na vida profissional e aprendido que na vida a gente às vezes precisa passar por um processo de desconstrução de nós mesmos para poder nos firmar e retomar o rumo da nossa história.
Chega uma hora, Diário, em que a gente tem que tomar uma atitude, senão perde o seu próprio respeito, seja lá em que situação for. É tudo muito dolorido isso. “O tempo não para”, como disse Cazuza e talvez tenha chegado a hora de eu tomar novas decisões e enfrentar outros caminhos, enfrentar a realidade, apesar de tudo.
Estou passando por um momento parecido, de reavaliação de tudo em minha vida. É um rompimento que às vezes precisa acontecer, para que tenhamos coragem para recomeçar, mas dói muito todo esse processo.
Essa desconstrução interior quebra com muita coisa que temos de melhor em nós, como a crença no ser humano e é preciso juntar todos os nossos pedaços, cacos partidos, cicatrizar todas as feridas e retomar a vida.
Teoricamente a desconstrução de um processo interior ou de uma ideia não significa a destruição dele, dizem por aí, mas sim uma desmontagem, para um remontar com mais fortaleza interior. No nosso caso a desmontagem do nosso interior magoado e aflito.
A desconstrução de ideias serve para que a gente perceba as nuances que estão nos impossibilitando de crescer profissional, interiormente e prosseguir com a nossa afirmação. Nessas horas precisamos nos acercar do que temos de melhor no nosso interior e pedir ajuda para que a gente não desabe muitas vezes de vez.
É preciso reforçar a fé; tenho feito orações, eu creio. Peço ao criador que me oriente, me governe e me conduza ao melhor de mim. Não tenho mais idade de cometer grandes desatinos, porque os pequenos, pela hierarquia da antiguidade, dá para se entender e perdoar. Uma boa noite para todos.
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