O Sindicato convoca todos os jornalistas para uma assembleia
geral nesta segunda-feira (22/04), a partir das 19 horas, na Casa da
Comunicação, para avaliar o resultado das negociações salariais e deliberar
sobre formas de luta que façam as empresas avançarem. Após duas rodadas de
negociação na Superintendência Regional do Trabalho (SRT), os patrões
rejeitaram todas as reivindicações apresentadas pela categoria, concordando em
repassar , apenas, o índice de inflação para os salários.
Há quase dez anos sem conceder aumento real, as empresas de
Fernando Collor, João Tenório, Thomaz Nonô, Rui Palmeira e Patrícia Sampaio,
entre outros sócios diretos e indiretos da OAM, PSICOM e TV ALAGOAS, tem
tratado os jornalistas com imenso descaso. A Pajuçara Sistema de Comunicação
sequer envia representante para a mesa de negociação. Diante dessa postura
desrespeitosa e que afronta a dignidade dos profissionais, não resta
alternativa à categoria a não ser a mobilização, para denunciar nas ruas,
instituições, veículos alternativos e redes sociais, entre outros espaços, a
verdadeira face dos nossos empregadores.
Uma nova e decisiva rodada de negociação está marcada para
quarta-feira, às 10 horas, na SRT. O Sindicato espera que os patrões mudem de
postura e trate com seriedade as reivindicações dos jornalistas. Entre os itens
solicitados pela categoria estão a reposição das perdas inflacionárias, aumento
real de 7% e melhoria do auxílio-creche.
JORNADA EM DEFESA DE ALAGOAS
O Sindicato convoca todos os jornalistas a participarem na
próxima sexta-feira (26/04) do novo ato público convocado pela CUT, Sindicatos
e movimentos sociais, no qual o governo do Estado é alvo das manifestações. Na
oportunidade, a categoria também irá se manifestar contra os empresários da
comunicação que não respeitam os seus trabalhadores e que cometem
irregularidades trabalhistas, previdenciárias, fiscais, etc. A organização
desse ato se dará durante a assembleia de segunda-feira, no Sindicato.
POLÍTICA DE ARROCHO E DESVALORIZAÇÃO
Os jornalistas alagoanos têm sido extremamente
desvalorizados nos últimos anos, sobretudo pelos grandes veículos de
comunicação, que se negam a pagar salários mais justos. O último aumento real
conquistado pela categoria aconteceu há cerca de dez anos e foi de apenas 1%.
Desde então, as empresas só repassam aos salários o índice da inflação, sendo
que em duas oportunidades ofereceram zero de reposição. O Sindicato precisou
ameaçar com greve e entrar com dissídio na Justiça para garantir, nessas duas
oportunidades, o reajuste salarial.
Essa política das empresas de comunicação em Alagoas
contrasta com a realidade nacional, uma vez que a maioria esmagadora dos
acordos e convenções coletivas de trabalho tem culminado em ganhos reais. Só em
2012, mais de 94% das negociações salariais terminaram com reajustes acima da
inflação, segundo pesquisa divulgada pelo Dieese (Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Além de sofrerem com a política de aumento zero, os
jornalistas se sentem ainda mais desvalorizados quando comparam os vencimentos
com o salário mínimo. O piso da categoria, que já foi de dez mínimos, não chega
a quatro nos dias de hoje. Trata-se de um brutal achatamento que não pode mais
ser alimentado pelas empresas.
Temos um jornalismo de qualidade, profissionais competentes
e premiados, mas tudo isto pode ser destruído pela ganância selvagem das
empresas. Alguns profissionais já tem deixado Alagoas para trabalhar em outros
estados, enquanto outros voltam aos bancos da faculdade para se formar em novas
profissões.
A alegação dos patrões de que falta dinheiro para pagar
melhores salários não é verdadeira. A maioria das empresas vem investindo em
tecnologia, novos equipamentos e mais canais de televisão, a exemplo da
Organização Arnon de Mello (OAM) e da Pajuçara Sistema de Comunicação (PSICOM),
que compraram canais de TV fechada na NET.
Sindicato dos Jornalistas de Alagoas - Sindjornal
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