sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Big Brother estimula baixaria na televisão

Olívia de Cássia – jornalista

Está tudo liberado na décima primeira edição do Big Brother Brasil, da Rede Globo. O anúncio foi feito pelo diretor José Bonifácio, o Boninho, em seu Twitter, dias antes de o programa começar. Ontem liguei a televisão, enquanto preparava um lanche depois que cheguei da Tribuna Independente e estava sendo exibido o programa: um dos piores que a Globo já exibiu, na minha opinião.

Antigamente eu acompanhava a programação televisiva brasileira com muita assiduidade. Com o tempo e as ocupações diárias, o hábito de ver novelas e programas, principalmente na principal emissora de TV do País, foi minguando aos poucos. Hoje eu me limito a ver o noticiário, local e o nacional, de vez em quando o Programa do Jô, que também já está ficando cansativo, algumas vezes o Altas Horas e O Caldeirão do Huck ou o Vídeo Show. E só.

O modelo de televisão no Brasil parece que está se esgotando. Nos anos 60 e 70, como era uma novidade no País, as famílias se reuniam para ver a programação, embora tivesse uma imagem muito ruim, mas os programas tinham mais qualidade.

Hoje a TV é de alta tecnologia, mas o conteúdo de seus programas deixa muito a desejar; para comprovar isso é só fazer um levantamento da programação, uma apelação só. A Globo está perdendo audiência para a Record e com isso seus diretores, no desespero, estão apelando para tudo. Repetição de novelas recém-exibidas e chatas e agora mais uma edição do péssimo Big Brother, que é uma imitação americana barata da pior qualidade.

O programa este ano está exibindo cenas de nu explícito na TV aberta, diálogos impublicáveis com palavrões e expressões que jamais seriam exibidas em outras épocas e estimulando a pancadaria.

A última edição do Big Brother Brasil, exibida de agosto de 2009 a abril de 2010, recebeu 227 denúncias de desrespeito à dignidade humana, apelo sexual, exposição de pessoas ao ridículo e nudez na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal. Esse ano deve receber o dobro.

Mesmo com esse histórico de baixarias e a promessa de piorar tudo ainda mais, a Globo conseguiu, junto ao Ministério da Justiça, baixar a classificação indicativa dessa edição do BBB de 14 para 12 anos. Não dá para entender, sem falso moralismo, já que as crianças hoje em dia têm acesso a tanta informação. Mas eu pergunto: qual é o pai ou mãe de família que tem domínio sobre seus filhos que vai deixá-los assistir na intimidade de sua casa uma coisa dessas?

O elenco dessa edição do programa global é o pior de todas as edições. Uma personagem é ex-atriz de filme pornô, uma lá que diz que faz sexto com qualquer um, que é tudo liberado. As conversas entre eles são de péssimo nível, pelo o que deu a perceber no pouco tempo que fiquei vendo; não suportando mais, desliguei a TV e fui pra internet.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quando começa o BBB eu não desligo a tv, simplesmente mudo de canal, porque também como você ou outras pessoas normais não perco meu tempo vendo isso. Prefiro coisas mais úteis, afinal que utilidade tem esse tal de BBB? Alguém já tirou proveito disso em benefício próprio? (digo os telespectadores).
Parabéns pelo blog, sempre leio as suas cronicas. Você não me conhece mas, se quiser saber alguma coisa de mim, primeiro pergunte a Ladorvane Cabral.

José Maria de Mattos

Abraços

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