Olívia de Cássia – jornalista
Mesmo convivendo diariamente com o principal ingrediente do jornalismo que é a notícia, ainda não me acostumei com acontecimentos do cotidiano de quem milita e vive no jornalismo no que diz respeito à violência. São casos escabrosos e assustadores que nos levam ao questionamento diário.
O crescimento das agressões e mortes em nosso estado e em nosso País é assustador: violência doméstica, contra mulheres, crianças e velhos. As causas apontadas pelos estudiosos são diversas: falta de oportunidade, desequilíbrios psicológicos, desigualdade, desemprego e outros fatores afins. Mas o envolvimento de jovens com drogas como o crack tem sido o principal responsável por isso.
A violência cotidiana me assusta e avalio que ela exista não só pela falta de oportunidades que os jovens não tem, pela pobreza e ou pelo desemprego. Dizem que a violência que mata e que destrói está muito mais para sintoma social do que doença social. Aliás são várias as doenças sociais que produzem violência como um tipo de sintoma.
Culpa-se os governos, a segurança pública ou a falta dela pelas insanidades cometidas todos os dias. Eu acredito que a violência cresce na sociedade, também e muito mais, pela falta de amor nos corações, pelo crescente uso de drogas pelos jovens e pela falta de perspectiva que não encontram em suas vidas. Não é só pela falta de políticas públicas dos nossos governantes que também é um fator agravante.
A cada dia a gente presencia esse lado negativo na sociedade tomando proporções gigantescas, sem que a gente saiba onde isso tudo vai parar. A gente sai de casa pra trabalhar ou estudar e não sabe se volta ou o que vai nos acontecer. O policiamento nas ruas precisa ser aumentado, não se pode mais andar nas ruas depois das 18 horas.
Alagoas não é o único estado do País onde esses índices crescem, mas por aqui as coisas andam sem rumo e é necessário que o novo secretário de Defesa Social que vem por aí tome atitudes enérgicas contra a bandidagem.
A violência sempre existiu, ‘desde que o mundo é mundo’, como diziam as pessoas de antigamente, fosse ela pela ganância, disputa de patrimônio, de territórios, violência política ou doméstica.
Dizem que ela começa onde o diálogo termina ou onde ele nunca houve. “Exceto nos casos de loucura, a violência pode ser interpretada como uma tentativa de corrigir o que o diálogo não foi capaz de resolver”, diz o texto do Folheto Renasce Brasil.
O certo é que estamos presenciando uma sociedade doentia onde o acerto de contas por falta de pagamento de dívidas com traficantes tem levado milhares de jovens (homens e mulheres) à morte. Daqui a alguns anos o Brasil será um país de velhos, por que parte da juventude está morrendo por causa das drogas. Onde isso tudo vai parar?
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
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