sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Servidores da ALE ainda não receberam salários de dezembro

Foto de Olívia de Cássia
Presidente Fernando Toledo garante que até o dia 11 estãrão depositados na conta

Olívia de Cássia – repórter

Os servidores e comissionados da Assembleia Legislativa, até as onze horas e trinta minutos desta sexta-feira, 7, ainda não tinham recebidos os salários do mês de dezembro. O clima nos corredores da Casa de Tavares Bastos é de muita insatisfação entre os servidores, já que a atual legislatura encerra com a aprovação do Orçamento 2011 que acontece na próxima quarta-feira, dia 12.

O atraso, segundo os trabalhadores do Poder Legislativo, não tem desculpa, já que o governo do Estado liberou muito dinheiro para a ALE. No dia 23 de dezembro, às vésperas do Natal, depois de muita peleja dos servidores, foi pago o décimo-terceiro salário, com a promessa de que os salários seriam pagos no dia 5 de janeiro.

Antes dessa data prevista, o presidente da Casa, deputado Fernando Toledo (PSDB), tinha dado entrevista dizendo que seriam pagos até o dia 27 de dezembro, coisa que não aconteceu.

Além do salário, a Casa de Tavares Bastos também não repassou três meses do convênio para a Cooperativa Médica (espécie de plano de saúde que presta serviços médicos aos servidores) e o deputado Marcelo Victor (PTB) declarou que até hoje seria repassada a verba.

“Não é a primeira vez que isso acontece nessa Casa, estamos sendo injustiçados pela Mesa Diretora. Os servidores da Assembleia não têm segurança quanto ao recebimento de seus salários a que têm direito e isso é muito ruim para o Poder Legislativo”, disse um funcionário, inconformado, na entrada da ALE.

No próximo dia 12 está programada a votação do Orçamento, mas segundo informações veiculadas na imprensa, os deputados estão querendo aumento do duodécimo, além do montante que já foi repassado pelo governo do Estado.

O governador Teotonio Vilela (PSDB), no dia da posse, em 1º de janeiro, disse que o Executivo não aumentará o duodécimo do Poder Legislativo, mas o que se sabe é que tudo depende do poder de barganha dos deputados.

Existem muitos interesses por trás de tudo isso. O governador precisa do apoio, na próxima legislatura, dos deputados que foram reeleitos e na hora da conversa no palácio, da negociação e do ‘entendimento’, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), tão argumentada pelo Executivo para conter gastos, pode não ser obedecida.

Enquanto isso, os mistérios continuam na Casa de Tavares Bastos e os servidores seguem insatisfeitos e já começam o Ano-Novo sem muitas perspectivas, já que as notícias veiculadas na imprensa são as de que os deputados querem mais dinheiro para a implantação do PCC (Plano de Cargos e Carreiras) aprovado ano passado com o compromisso de ser implantado em janeiro deste ano.

E para quem tem suas contas a pagar, os credores não esperam, vão acrescer juros em todos os débitos e o prejuízo ficará mesmo com quem é mais fraco nessa história toda. É a lei da selva.

Um comentário:

Paulo Veras disse...

Olívia, muito bom o texto.

Fiz até uma referência a ele no meu blog (http://pjveras.blogspot.com/2011/01/os-servidores-da-ale-nao-receberam-o.html).

Meus parabéns!

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