sábado, 19 de junho de 2010


Vamos ser solidários

Olívia de Cássia – jornalista

Sinto-me de pés e mãos atadas neste momento, diante dessa situação, dessa tragédia que se abateu na minha cidade. Ontem, choveu muito. As informações que me chegavam de União dos Palmares e região eram as de que as águas do Rio Mundaú estavam subindo muito depressa e o povo estava assustado.
Dia de sexta-feira, nas redações dos jornais, é muita correria, tem muito trabalho, não deu nem pra pensar em viajar à minha terra para ver o rio cheio e ajudar aqueles que precisavam. A gente não consegue dimensionar a gravidade da situação, mesmo os amigos assegurando o perigo.
Quando liguei o rádio, hoje pela manhã, e escutei a voz emocionada da minha colega Zélia Cavalcanti, assessora da AMA- Associação dos Municípios Alagoanos, confirmando a catástrofe nas cidades alagoanas, eu não me contive e desatei a chorar copiosamente também.
Vieram-me as imagens das enchentes que eu já tinha presenciado na infância e adolescência e a aflição dos meus pais naquela época, por causa do rio cheio. Ao meio dia, ao ver as imagens na televisão, minha aflição aumentou.
Com essa tragédia fenomenal da natureza, reclamando os maus-tratos dos seres humanos e procurando, de alguma forma seu lugar a gente tem que fazer uma reflexão de tudo o que está acontecendo.
São rios cujas encostas foram destruídas pelos assoreamentos constantes ao longo dos anos, os desmatamentos e tudo o mais e quando vem uma enchente inesperada dessas, coisa que não se pode evitar, pois o volume exagerado das águas se deu por conta de uma tromba d’água vinda de Pernambuco, o problema superdimensiona e se torna gigante.
Ouvi, no programa do França Moura, o prefeito Kil falando da situação e também meu primo Anizão, de Murici que, aflitos, descreveram a situação. Tentei ligar para ambos para prestar minha solidariedade, mas não obtive êxito. Tenho vários parentes em Murici também e não consegui notícias.
Que eu me lembre, nesses meus 50 anos de existência, essa foi a pior das enchentes, muito maior do que a de 69, 89 e 2000. A conhecida cheia da Laje, naquela época foi uma catástrofe e pegou a população numa noite de festa, mas muitos dormiam e também foi por conta de uma tromba d’água. Essa de agora pelo menos foi mais durante o dia, mas já há registros de mortes também.
Estou sem computador em casa e fico limitada para obter mais informações do que está acontecendo por lá. Eu soube que está faltando energia, o estoque de velas do supermercado está acabando e a bomba que fazia tratamento da água que abastece a cidade o rio levou.
Não pude ir para lá, não tive condições de me deslocar, mas já comecei a fazer uma campanha de arrecadação de roupas e agasalhos e quem quiser ajudar pode me ligar no telefone 3223-5109 ou no meu celular 9649-8761 para saber onde entregar a doação que levarei até lá, assim que as águas baixarem e eu tenha segurança de chegar até a cidade.
Vamos ser solidários, esquecer as nossas diferenças e ajudar esse povo que está sofrendo. Meu amigo Josivaldo Ramos me enviou e-mail com os telefones onde as doações também podem ser feitas, caso prefira leve suas doações para:

Capital:
1º Grupamento de Bombeiros Militar (1º GBM) – Rodovia 316, Km 14, Tabuleiro dos Martins, próximo a Policia Rodoviária Federal, 3315-2900 / 3315-2905.
Grupamento de Socorros de Emergência (GSE) – Conjunto Senador Rui Palmeira, S/N, 3315-2400.
Subgrupamento Independente Ambiental (SGIA) – Av. Dr. Antônio Gouveia, S/A, Pajuçara, próximo ao Iate Clube Pajuçara, 3315-9852.
Quartel do Comando Geral (QCG) – Av. Siqueira Campos, S/N, Trapiche da Barra, próximo a Pecuária, 3315-2830.
Defesa Civil Estadual (CEDEC) - Rua Lanevere Machado n.º 80, Trapiche da Barra, próximo a Pecuária, 3315-2822 / 3315-2843.
Grupamento de Salvamento Aquático (GSA) – Av. Assis Chateaubriand, S/N, Pontal, próximo a Braskem, 3315-2845.
Interior:
2º Grupamento de Bombeiros Militar – Maragogi, (82) 3296-2026 / 3296-2270.
6º Grupamento de Bombeiros Militar – Penedo, (82) 3551-7622 / (82) 3551-5358.
7º Grupamento de Bombeiros Militar – Arapiraca e Palmeira dos Índios, (82) 3522-2377, (82) 34212695.
9° Grupamento de Bombeiros Militar – Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia, (82) 3621-1491 / (82) 3621-1223.

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