Brigas de rua
Petrúcio Manoel Correia de Cerqueira – bancário (*)
No meu tempo de infância, brigas de ruas eram constantes, e tudo não passava de entrave instantâneo, tanto era, que com poucos dias voltava-se a amizade. Só tinha um detalhe, quando nossos pais sabiam do acontecido, era melhor não apanhar na rua, pois se fosse o caso, a surra seria dobrada, em casa levaria outra.
Meu pai alugou uma casa nossa que ficava vizinha a que nós morávamos para um conhecido dele chamado Joel Bizerra,(com "i" mesmo). O mesmo tinha três filhos. O mais velho era da minha idade, bem como os amigos que eu tinha na Rua Ponte. O sujeito virou o terror da Rua. Até eu, que naquele tempo não fugia de uma briga, fiquei com medo do cara.
O nome do cara era Edvaldo. Os meus amigos tinham cada nome: Boy, João Bolinho, Lobinho, Pepino, Tonho Gretinha, Paulo Cego, Zé Buchada, Gago, Chico Peneira (era o goleiro do nosso time). O único que ainda tinha laços de amizade com o cara era o João Bolinho. Nessa época, o armazém do meu pai era bastante espaçoso, e, nos dias que não tinha feira, eu usava o armazém para me reunir com amigos.
Foi numa dessas reuniões que surgiu a idéia de prepararmos uma emboscada para o Edvaldo. O cara era valente demais. Até brigar com dois de uma vez ele já tinha brigado, e tinha conseguido vencer. Armamos uma pra pegá-lo com a ajuda do João Bolinho (pois era o único que ainda tinha laços de amizade com ele), na saída do Grupo Escolar, mas, felizmente não deu certo, felizmente porque estava toda turma querendo vingança, e talvez o acontecido tivesse sido pior
O cara desconfiou das armações que nós estávamos preparando pra ele, e ficou mais cauteloso. Todas as reuniões que fazíamos no armazém, era o assunto predileto da turma. Chegaram as férias escolares, e o cara se mandou pra fazenda do pai dele, frustrando nossa ansiedade para desbancar o machão. Combinamos então, que quando terminasse o período das férias, nós nos voltaríamos ao assunto
Com as férias chegando, estava também chegando o Natal. Perto de onde morávamos, no outro lado da ponte, tinha o Zumbi Esporte Clube (onde hoje é a Praça. Benon Maia Gomes). Era um clube completo. Bem em frente morava o sobrinho do meu Avó materno, Otávio Paes e a esposa Dona Izabel. Os filhos dele são: Edinho, Nete, Nilda, Nilza, Sônia, Edwards e Nado. O Edwards, era chamado de Vévé. Sempre que podia brincávamos juntos.
Com a organização de D. Maria Bão, o Natal lá no Zumbi era muito animado, Pastoris e Reisados abrilhantando as festividades, e como era pertinho da nossa casa, íamos todos para a casa do primo Otávio. Mas uma fatalidade que só acontecia comigo. Saí correndo de dentro da casa dos meus primos para a Rua, e, Catimbaaa. Fui atropelado por uma bicicleta. A casa ficava bem no fim de uma ladeira. Imaginem a velocidade que o cara vinha.
Quando chegava alguma criança no hospital fora de hora, o José da Farmácia, que era o enfermeiro encarregado (plantão), já dizia logo: é o filho de Seu João Jonas é? Só pegou 44 pontos na cabeça. Não sei como o traumatismo não chegou a proporções piores. Ainda hoje, o couro cabeludo da minha cabeça, na parte de atrás é todo ondulado.
Voltou as aulas, mais demorei a voltar para as aulas por causa do acidente, como também ficaram para depois as reuniões do conselho do armazém, para planejamento da vingança do Edvaldo. (*Meu irmão mais velho)
segunda-feira, 21 de junho de 2010
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Um comentário:
Mas bah, Petrúcio,
Go0stei da história, manda mais, quem sabe não conta algumas do BB?
Abração.
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