sábado, 19 de junho de 2010


Contadores de histórias

Olívia de Cássia – jornalista

Nós, jornalistas, somos contadores de histórias. Infelizmente, na maioria das vezes, são histórias tristes. Quando eu era criança e até bem pouco tempo, achava fascinante as enchentes. Só que naquela época, eu não sabia avaliar os prejuízos que causavam aos moradores das cidades.
Só sabia que era uma movimentação danada da população curiosa para ver o nível das águas do Rio Mundaú aumentando. Com o tempo, a gente vai crescendo, aprendendo e tendo consciência das coisas. Sentimentos se misturam diante de uma situação dessas. O de impossibilidade de estar na cidade, a falta de estrutura momentânea para o deslocamento e as estradas alagadas também.
Não há coisa pior do que você querer se comunicar, hoje em dia, e os telefones estarem todos mudos. A gente fica se perguntando como viviam os nossos ancestrais e parentes próximos que nos antecederam, se essas facilidades do mundo moderno não existiam: celular, telefone sem fio, computador , internet e outros meios de comunicação.
Passei o dia ouvindo noticiário no rádio e procurando complementar as informações nos programas televisivos. Dá uma impaciência danada você querer ajudar de alguma forma e não ter como. São tantas notícias tristes de pessoas desabrigadas que perderam tudo o que tinham de bens materiais e alguns até a própria vida.
Na hora da Ave Maria de hoje eu fiz uma prece. Pedi perdão pelos meus pecados, por reclamar tanto diante dos meus pequenos problemas, se pessoas conterrâneas estão passando por problemas superiores aos meus. Pessoas que passam aflições de tão grandes proporções. E olha que o inverno oficialmente ainda nem começou.

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