terça-feira, 29 de junho de 2010

Ajuda de toda a parte

Olívia de Cássia - jornalista

Nessa catástrofe que Alagoas está passando, muita gente está empenhada em ajudar, independente de classe ou de tendência política, mas outros vão se aproveitar para fazer palanque de campanha, podem ficar certos disso. Outras pessoas estão tão desacreditadas em nossos governantes, que por falta de informação estão culpando os prefeitos das cidades atingidas pela catástrofe das enchentes.
Gente, não vão confundir as coisas. O fenômeno das enchentes faz parte da natureza. Enchente ou cheia é, geralmente, uma situação natural de transbordamento de água do seu leito natural, qual seja, córregos, arroios, lagos, rios, mares e oceanos provocadas geralmente por chuvas intensas e contínuas.
A ocorrência de enchentes é mais frequente em áreas mais ocupadas, quando os sistemas de drenagem passam a ter menor eficiência. Desta vez foi exagerado por conta das devastações ambientais, da ocupação desordenada do solo, da poluição, assoreamento dos rios e todo tipo de maus-tratos que a natureza vem sofrendo ao longo desses anos.
Alagoas e Pernambuco estão em estado de emergência, mas tem muita gente em todo o País ajudando e querendo ajudar. Tem pessoas e autoridades que estão com material pronto para mandar, mas estão com receio que os donativos sejam desviados para outros fins que não sejam a ajuda a quem está em situação de risco. Tenho provas disso.
Em Alagoas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) decretou situação de emergência na saúde pública por conta de possíveis surtos e casos de doenças em decorrência das enchentes que atingiram 28 municípios do Estado. Além dos profissionais que vieram de fora para ajudar as populações que sofreram com as enchentes, 200 profissionais da área estão nas cidades atingidas pelas cheias realizando atendimentos e orientando a população.
Segundo os profissionais de saúde, a maior preocupação hoje é com os casos de leptospirose e temor do retorno do cólera e o governo está alertando a população via propaganda nos meios de comunicação.
Segundo boletim epidemiológico divulgado pelo estado, entre os dias 23 a 28 Alagoas registrou 110 casos de diarréia, 58 de síndrome respiratória, 50 de acidente por animal peçonhento e dez casos suspeitos de leptospirose – quatro deles em Capela. O resultado dos testes deve ser divulgado nesta quarta-feira pelo Laboratório Central do Estado (Lacen).
TOQUE DE RECOLHER
Já o Ministério Público (MP) Estadual sugeriu que os municípios afetados pelas enchentes em Alagoas tenham toque de recolher a partir das 22 horas, delegacias abertas por 24 horas e que seja proibida a venda de bebidas alcoólicas por 90 dias. As medidas, que serão publicadas em recomendação no Diário Oficial, são para evitar casos de violência, como assaltos e saques.
O procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares, teve uma reunião nesta terça-feira com o coordenador da Defesa Civil do Estado, coronel Neitônio Freitas, para discutir como estão as ações nas áreas atingidas e anunciou as sugestões. “Essas medidas que sugerimos são profiláticas, preventivas contra ações de violência. Nesses municípios, nós teremos muitos moradores em casas de lona e será necessário manter a ordem”, destacou.
USO POLÍTICO
Tavares também fez questão de frisar que não vai admitir ingerência de políticos que possam vir a prejudicar o trabalho de resgate e entrega de donativos que está sendo realizado no estado. Uma das denúncias recebida é a retenção de cestas básicas para distribuição durante período eleitoral.
“Se essas informações forem confirmadas iremos exigir a prisão dessas pessoas. Não vamos aceitar uso político da dor dos alagoanos”, assegurou o procurador-geral. Ele disse que foi informado pelos promotores de que em alguns municípios estão fazendo listas de cadastros paralelas às da Defesa Civil.
“Nós defendemos o cadastro único, o comando único das operações para evitar manipulações e que lideranças políticas se utilizem da situação”, disse.
A promotora de Justiça Cecília Carnaúba foi designada para acompanhar o Fundo Estadual de Defesa Civil, para onde estão sendo encaminhados recursos federais e doações em dinheiro.
Na ocasião, o coronel Neitônio apresentou a prestação de contas dos R$ 25 milhões que foram repassados pela União na primeira semana da tragédia. (Com informações do site Tudo Na Hora)

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