terça-feira, 22 de junho de 2010


Catástrofe e destruição

Olívia de Cássia – jornalista
(Texto e foto)

A tromba d’água que veio de Pernambuco para Alagoas e as chuvas que caíram copiosamente naquele estado, durante uma semana, trouxeram destruição e mortes. Mais de vinte municípios alagoanos contabilizam seus prejuízos que vão da perda total de bens materiais até mortes. O cenário é de devastação total, parece que aconteceu uma guerra de grandes proporções.
Ruas inteiras foram destruídas, levadas pelas águas. Em União dos Palmares, na segunda-feira, máquinas da Prefeitura trabalhavam tirando os entulhos das ruas. Móveis destruídos, casas dizimadas e algumas que restam no Jatobá estão em total ruína.
A Rua Demócrito Gracindo, conhecida como Rua da Ponte, acabou. Não restou ma só casa: apenas a residência do ex-governador Manoel Gomes de Barros, na Fazenda Jurema, que fica a poucos metros dali. Na segunda-feira, o helicóptero da defesa civil sobrevoava a cidade. As águas do Rio Mundaú baixaram, mas o que se vê são cenas de um filme de terror americano; nunca imaginávamos que isso fosse acontecer em nosso Estado.
Há muitos escombros daquela que no passado foi a principal rua de acesso à cidade, quando não existia a rodovia que dá acesso a Maceió e isso era feito por meio de uma ponte, na Cabeça de Porco, que há muitos anos foi destruída por outras enchentes e nunca foi recuperada.
Nessa cheia de agora, as pessoas estão contabilizando seus prejuízos. Além da Rua da Ponte, o Rio Mundaú, em União dos Palmares, destruiu locais como as ruas do Jatobá e Cachoeira; o Muquém ficou isolado e outras localidades pedem socorro. Seis corpos já foram encontrados e sepultados, vítimas das enchentes em União.
Do outro lado da entrada da cidade, no bairro Roberto Correia, conhecido como Os Terrenos, a energia ainda não tinha voltado na segunda-feira; ruas escuras, entulhos nas portas das casas e um forte mau cheiro.
A população atingida está abrigada em escolas, no ginásio de esportes da entrada da cidade ou em casas de parentes e amigos. Contam com a ajuda do poder público e da solidariedade de quem não sofreu nenhum problema em consequência das chuvas.
Mutirões de voluntários se revezam para fazer sopas cozinhadas em panelões que são distribuídos na hora das refeições. Arrecadação de alimentos, roupas, água potável e velas estão sendo providenciadas pelos alagoanos para ajudar as pessoas que estão passando essas dificuldades.
São pessoas que perderam tudo e esperam a solidariedade e a ajuda de seus conterrâneos. Quando chega a comida, a cena é de guerra. As pessoas correm para os carros desesperadas e pedem ajuda. Não dá para a gente não se comover com aquilo tudo.

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