Olívia de Cássia - Jornalista
Um dos mandamentos para a pessoa ser feliz, segundo alguns estudiosos, é viver o presente, tentar ser feliz e superar as dificuldades. Esse tem sido o meu foco, em uma idade que já não tenho mais tanta disposição; vigor, nem o fogo da juventude.
Estive pensando esta semana, como o tempo passou tão rápido em minha vida. E vem um filme de lembranças passadas, de momentos complicados, mas de muita experiência adquirida.
Ouvi um comentário de uma das minhas cunhadas de que minha vida é uma eterna gangorra, se referindo às coisas que tenho passado na vida. Tem horas que assevero que sim, mas a vida de todo mundo é assim, com entremeados de altos e baixos.
A partir do momento que resolvi ser feliz e não supervalorizar os problemas, minha vida se tornou mais leve, apesar das limitações e ter diminuído algumas saídas. Dizem que a chave da felicidade está no passado - mais precisamente, nas memórias afetivas que você vai construindo ao longo da sua vida.
“Se você conseguir controlá-las, será muito mais feliz”. Pensando assim, eu posso dizer que sou muito feliz, pois guardo em mim as melhores lembranças da infância distante e os bons momentos vividos na adolescência e juventude.
A felicidade é um estado de espírito, uma combinação meio complicada, uma mistura do presente com o passado. Eu posso ter sido uma adolescente problemática; de autoestima baixa; sem amor próprio e chorona demais.
Eu me debulhava em lágrimas por qualquer coisa e situação e apanhava da minha mãe por ter aqueles sentimentos tão angustiantes. Me sentia preterida pelas minhas paixonites da juventude e amava platonicamente, sem nunca ter sido correspondida.
Devo confessar que essa maneira de amar me trouxe sofrimento e pesar, mas alguns ensinamentos profundos também me trouxeram. Sou parte de um todo nesse universo, sei que vim aqui na terra para uma missão, embora não tenha tanta certeza disso.
Às vezes me ponho a refletir e pensar no que diziam os antigos, que a vida é muito passageira. É uma passagem rápida essa nossa. “Tudo na vida vai e vem, mas há uma coisa que não se altera: o passado”.
Segundo alguns psicólogos, há momentos na nossa vida em que nós simplesmente não conseguimos deixar as coisas seguirem o seu destino, da mesma forma que temos dificuldade de enfrentar separações, sejam elas por morte, ou separação física.
Mas a gente tem que entender – e aprendi a duras penas – que “ninguém é propriedade de ninguém” e cada um tem que seguir seu rumo, em busca da própria felicidade.
Depois de muitas perdas, aprendi que a felicidade está dentro de cada um de nós: é só a gente se libertar daquilo que nos aprisiona e nos faz mal. Muitas vezes nós só descobrimos o que é a felicidade, depois de tempos passados e a gente começa a lembrar os instantes vividos e aí percebe o quando foi feliz e não sabia.
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