Evento vai até hoje 31, e os interessados
poderão conhecer um pouco da história
Olívia de Cássia - Repórter
Uma exposição que lembra os 60 anos da queda do coqueiro torto Gogó da Ema, que caiu no dia 27 de julho de 1955 e era o símbolo mor de Maceió, na década de 1950, está acontecendo no andar térreo dos Correios, em Maceió e pode ser vista gratuitamente até hoje(31).
Segundo o curador da exposição, o historiador e pesquisador José Bilu da Silva Filho, o evento é para fazer uma homenagem ao Gogó da Ema, que foi o símbolo de Maceió. “A exposição tem fotos, poesias que retratam o coqueiro; painéis e recortes de jornais antigos, que contam a história do coqueiro, que era atração de Maceió: é praticamente uma lembrança e cultura é muito difícil de se fazer hoje em dia”, observa.
Segundo contam os historiadores, o coqueiro foi plantado por dona Constança Araújo, no século XIX, no sítio Ponta Verde. “Temos fotos de autoridades posando para fotos no local e muitos turistas vinham de fora para conhecer”, observa.
José Bilu conta ainda que o agrônomo Jesus era a pessoa que cuidava do coqueiro torto. “Para se ter uma ideia, o Gogó da Ema é tão importante para a história de Maceió, que o pessoal hoje vai ao shopping e naquela época ia para a praia visitar o coqueiro para fazer piqueniques, fotografias e lazer; era um ponto de referência da cidade. Muitas empresas usam o coqueiro em suas logomarcas, como símbolo de Maceió”, destaca.
Segundo José Bilu, que também é o presidente da Academia de Letras, Artes e Pesquisa de Alagoas e presidente do Clube Filatélico, como o tempo, o mar avançou muito, derrubou outros coqueiros, fazendo com que se pudesse divisar o Gogó, da praia ou do mar, quando se passava ou tomava banho.
Aos poucos o Gogó da Ema foi se tornando falado, cantado, em verso e prosa, adquirindo até celebridade internacional. Turistas ou passageiros, ao desembarcar, indagavam logo onde ficava o Gogó da Ema, segundo relatos de alguns pesquisadores.
“Era o local dos encontros entre namorados, que deixavam suas iniciais na árvore; de lá se observava, a lua cheia; um espetáculo visual dos mais encantadores. Foi o agrônomo Jesus quem me deu essas fotos antigas; faz muito tempo”.
Conta a lenda que o coqueiro caiu aos poucos, devagarzinho e imediatamente, pessoas que estavam nas proximidades cortavam as palhas e colheram os frutos. Em sua homenagem foi construída uma praça, próxima a área onde ele viveu.
Segundo José Bilu, o coqueiro tombou pela ação do tempo, mas muitos comentários surgiram à época, sugerindo até responsáveis pela queda da árvore. “Ganhei muita coisa dos colecionadores e fui catalogando tudo direitinho, a respeito do assunto e de outros temas. É importante mostrar para os jovens a nossa história. Hoje eu tenho um acervo de mais de 1.800 fotos e recortes de jornais antigos”, complementa.
Entusiasta da cultura alagoana, o historiador José Bilu comenta que os museus e o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas têm pouca frequência pelos jovens: “Parece que têm o bicho papão; eu vou fazendo o que posso pelo meu Estado; o que posso fazer estou fazendo”, conclui.
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