Olívia de Cássia - Jornalista
Não vim para agradar e nem para confundir. Em tempo de
ebulição política e de ideias, é bom a gente procurar conhecer o desconhecido:
se acercar do maior número de informação, de um lado e de outro, e depois
formalizar sua opinião sobre essa ou aquela questão, sem ofensas pessoais. É
assim que tenho feito.
Desde muito cedo aprendi a ter um lado: o do oprimido e não
o do opressor. Aprendi com seu João Jonas, meu pai, um homem religioso e de fé.
Sempre tive a rebeldia na veia e o inconformismo com as desigualdades e algumas
imposições, mesmo aquelas que eram passadas pelos meus pais, confesso.
Apanhei muito por ser
assim, fosse de fato ou pelas consequências da vida, e defender ideais que
estavam mais para libertários e de esquerda; um
tanto quanto limitados na época e sem concatenação de horizontes.
Era tudo muito misturado, mas com as melhores das intenções
na minha cabeça. Por qual motivo eu teria que aceitar a ideia de que pessoas
que nascem com cor mais forte que a minha seriam inferiores, como tentaram
colocar na minha cabeça desde pequena, inclusive na família?
Por que pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades de
estudos e de vida que eu, por acaso seriam inferiores a mim? Por que muita
gente ia para igreja quando eu era jovem e rebelde ao extremo, iam para a casa
de Deus olhar a vida dos outros, inclusive a minha, ao invés de irem ter
encontro com o Senhor ?
E comecei a fazer diversas interrogações diante daquilo tudo
que eu via e presenciava: adultos que diziam palavras de fé e confiança, que
proferiam uma coisa e que na prática se comportavam como pessoas mexeriqueiras
e que falavam tão mal da vida alheia, diga-se também da minha, sem procurar
ajudar ou entender os motivos de tais comportamentos ?
Por que atualmente as pessoas continuam, em pleno século
XXI, não respeitando o modo de vida do outro e nem a maneira de pensar? Por que tanta hipocrisia na sociedade, se o
que importa na vida é a gente mostrar o que realmente é; sem se importar com a
opinião do outro?
Por que muita gente ao invés de praticar o bem, ‘sem olhar a
quem’ e procurar fazer o que tem que ser feito, se põe a falar mal de quem se propõe
a fazer algo que preste para os menos favorecidos?
Por que muitas pessoas que não precisaram se esforçar para
ter nada na vida, se incomodam tanto com o que é feito pelos menos aquinhoados?
Por que incomoda tanto ver pobre comendo melhor e frequentar universidade,
quando na minha época de estudante do ensino médio a gente só tinha duas opções
em Alagoas?
Por que antes de falar mal de tal programa de governo ou de
políticas públicas e sociais as pessoas não procuram primeiro ler do que se
trata, mas prefere ‘emprenhar’ pelos ouvidos e falar abobrinhas em público e
nas redes sociais?
Diante de um quadro não muito favorável, muita gente torce
pelo pior, pelo desastre social e econômico, para poder tirar proveito político
disso. Abomino essa prática que tem se alastrado tanto de um lado quanto do
outro. Fica a reflexão.
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