sábado, 25 de julho de 2015

Nem para agradar e nem para confundir

Olívia de Cássia - Jornalista

Não vim para agradar e nem para confundir. Em tempo de ebulição política e de ideias, é bom a gente procurar conhecer o desconhecido: se acercar do maior número de informação, de um lado e de outro, e depois formalizar sua opinião sobre essa ou aquela questão, sem ofensas pessoais. É assim que tenho feito.

Desde muito cedo aprendi a ter um lado: o do oprimido e não o do opressor. Aprendi com seu João Jonas, meu pai, um homem religioso e de fé. Sempre tive a rebeldia na veia e o inconformismo com as desigualdades e algumas imposições, mesmo aquelas que eram passadas pelos meus pais, confesso.

Apanhei  muito por ser assim, fosse de fato ou pelas consequências da vida, e defender ideais que estavam mais para libertários e de esquerda; um  tanto quanto limitados na época e sem concatenação de horizontes.

Era tudo muito misturado, mas com as melhores das intenções na minha cabeça. Por qual motivo eu teria que aceitar a ideia de que pessoas que nascem com cor mais forte que a minha seriam inferiores, como tentaram colocar na minha cabeça desde pequena, inclusive na família?

Por que pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades de estudos e de vida que eu, por acaso seriam inferiores a mim? Por que muita gente ia para igreja quando eu era jovem e rebelde ao extremo, iam para a casa de Deus olhar a vida dos outros, inclusive a minha, ao invés de irem ter encontro com o Senhor ?

E comecei a fazer diversas interrogações diante daquilo tudo que eu via e presenciava: adultos que diziam palavras de fé e confiança, que proferiam uma coisa e que na prática se comportavam como pessoas mexeriqueiras e que falavam tão mal da vida alheia, diga-se também da minha, sem procurar ajudar ou entender os motivos de tais comportamentos ?

Por que atualmente as pessoas continuam, em pleno século XXI, não respeitando o modo de vida do outro e nem a maneira de pensar?  Por que tanta hipocrisia na sociedade, se o que importa na vida é a gente mostrar o que realmente é; sem se importar com a opinião do outro?

Por que muita gente ao invés de praticar o bem, ‘sem olhar a quem’ e procurar fazer o que tem que ser feito, se põe a falar mal de quem se propõe a fazer algo que preste para os menos favorecidos?

Por que muitas pessoas que não precisaram se esforçar para ter nada na vida, se incomodam tanto com o que é feito pelos menos aquinhoados? Por que incomoda tanto ver pobre comendo melhor e frequentar universidade, quando na minha época de estudante do ensino médio a gente só tinha duas opções em Alagoas?

Por que antes de falar mal de tal programa de governo ou de políticas públicas e sociais as pessoas não procuram primeiro ler do que se trata, mas prefere ‘emprenhar’ pelos ouvidos e falar abobrinhas em público e nas redes sociais?


Diante de um quadro não muito favorável, muita gente torce pelo pior, pelo desastre social e econômico, para poder tirar proveito político disso. Abomino essa prática que tem se alastrado tanto de um lado quanto do outro. Fica a reflexão. 

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