Olívia de Cássia - Repórter
Moradores do Benedito Bentes I estão reclamando do acesso a uma creche que foi construída pela Prefeitura de Maceió, nas proximidades dos novos conjuntos Condomínio Recanto das estrelas e Condomínio Acauã, em parceria com os governos estadual e federal, sem que a gestão municipal atentasse para a parte estrutural externa do terreno, que fica no meio do nada, num terreno isolado e sem segurança.
Segundo os moradores, a creche foi entregue no começo do mês de julho e faz parte do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância), mas a população do bairro reclama dos assaltos, que são constantes nas proximidades da creche e da dificuldade para os pais dos alunos terem acesso em tempo chuvoso, por conta da lama e das poças d’água.
A reportagem visitou o local e presenciou a dificuldade que é transitar por ali. O calçamento do conjunto onde foi construído o prédio, só vai até o meio do terreno e até se chegar à creche, enfrenta-se o barro no verão e a lama e água no inverno. O terreno baldio próximo à creche é cheio de lixo e entulho.
Segundo o morador Jadielson Simões ele passa pelo local todos os dias e testemunha a dificuldade que é transitar por ali, por causa da lama. Seu Jadielson observa que a creche já está fazendo a matrícula para crianças de zero a quatro anos de idade, mas avalia que deveria estender para crianças de mais idade.
“Maceió é grande e as autoridades têm que ter responsabilidade: uma creche desse porte para crianças de 0 a 4 anos somente é muito pouco, deveria ter maternal e jardim infantil , não só tem menino dessa idade no bairro”, destaca.
Jadielson Simões destaca também que o trajeto entre os condomínios Recanto das estrelas e Acauã é muito longe e esquisito. “O calçamento foi feito pela metade e o resto é só lama”, destaca.
José Rubens é outro morador que falou à reportagem e disse que a obra da creche não está trazendo benefício para a comunidade. Segundo ele, a pista da Avenida Fernando Porto Malta foi feita até ali e parou. “Como é que as pessoas vão levar as criança para a creche, de manhã e buscar no começo da noite, com tanta lama?”, questiona.
Segundo José Rubens, a população do bairro não tem condições de ficar com um acesso do jeito que está. “Eu não sei se a creche já está funcionando; foi inaugurada no começo do mês de julho, mas todo dia tem assalto a mão armada, de bicicleta, de moto nas redondezas”, argumenta.
André Cavalcante da Silva observa que não tem cabimento nenhum o descaso que está acontecendo no Benedito Bentes. “A prefeitura não pode deixar as crianças por conta da falta de segurança, escuridão, falta de acesso”, pontua.
A unidade escolar do Benedito Bentes foi construída num pacote de três creches e custaram mais de 3,8 milhões de reais aos cofres públicos em recursos do município e do governo federal, por intermédio do Proinfância. Mas apesar de todo o dinheiro gasto, o acesso à creche foi esquecido e os moradores do bairro reivindicam providências.
Construção de creches e pré-escolas são indispensáveis à melhoria da qualidade da educação
A construção de creches e pré-escolas, bem como a aquisição de equipamentos para a rede física escolar desse nível educacional, são indispensáveis à melhoria da qualidade da educação e está prevista no projeto do governo federal Proinfância.
O programa foi instituído pela Resolução nº 6, de 24 de abril de 2007, e é parte das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) do Ministério da Educação. Seu principal objetivo é prestar assistência financeira aos municípios, objetivando garantir o acesso de crianças a creches e escolas de educação infantil da rede pública.
Segundo o texto do projeto, as unidades construídas são dotadas de ambientes essenciais para a aprendizagem das crianças, como: salas de aula, sala multiuso, sanitários, fraldários, recreio coberto, parque, refeitório, entre outros ambientes, que permitem a realização de atividades pedagógicas, recreativas, esportivas e de alimentação, além das administrativas e de serviço.
Entre 2007 e 2014, o Programa investiu na construção de 2.543 escolas, por meio de convênios e a partir de 2011, com sua inclusão no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC2), outras 6.185 unidades de educação infantil foram apoiadas com recursos federais, totalizando 8.728 novas unidades em todo o país.
O Programa repassa também recursos para equipar as unidades de educação infantil em fase final de construção, com itens padronizados e adequados ao seu funcionamento. Mais de 2.500 municípios receberam apoio do FNDE para compra de móveis e equipamentos, como mesas, cadeiras, berços, geladeiras, fogões e bebedouros.
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