Carro de coleta do lixo não passa
em localidade, causando
transtornos à população
Olívia de Cássia - Repórter
Apesar de ser um bairro histórico e o local onde nasceu o segundo presidente da República, marechal Floriano Peixoto, o bairro de Ipioca, no Litoral Norte de Maceió, precisa de um olhar especial do poder público municipal. Na praça central e na Igreja Nossa Senhora do Ó estão sendo feitas obras de restauração, mas muitas ruas do bairro ainda estão sem calçamento e sem recolhimento do lixo.
É o caso da Rua Antônio Vieira de Barros, conhecida como Grota do Facão, onde há muito lixo acumulado nos terrenos e sem coleta, causando muita fedentina; prejudicando os moradores e causando doenças de pele nas crianças. O esgoto também corre na rua a céu aberto.
“O lixo está causando muitos problemas para os moradores; não é por falta de comunicação, já foram feitos vários comunicados à prefeitura. O esgoto aqui é no meio da rua, não tem drenagem da água e nem esgotamento adequado”, observa o presidente da Associação de Moradores do bairro, Jasiel Pontes.
Segundo ele, é preciso que seja feito o sistema de tubulação, para que a água possa escoar de maneira adequada e não prejudicar a vida dos moradores. “Se a prefeitura quer cobrar IPTU que cobre, mas contanto que preste um serviço de qualidade à comunidade: calce a rua, faça o recolhimento do lixo no dia certo, pois aqui moram seres humanos que precisam de respeito; é isso que os moradores querem”, observa.
O mau cheiro provocado pelo lixo na Rua Antônio Vieira de Barros é insuportável. “Nós queremos que a Slum (Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió) venha aqui e faça um serviço de qualidade e coloque no local um suporte para a comunidade colocar o lixo, ou então contrate garis comunitários para fazer a limpeza. Nós estamos pagando impostos altos; eu pergunto: até quando vamos ficar nessa situação precária?”, indaga.
A moradora Francidália Ferreria, conhecida na comunidade como Chiquinha, observou que a situação na rua está horrível: “Moro com meu esposo, meus filhos, netos e meu pai idoso, que toma remédio controlado. O mau cheiro é triste, tem dias que meu pai fica sufocado. É lixo por todo canto, até bicho morto tem aí dentro”, observa a moradora.
Dona Chiquinha disse ainda que tem dias que ninguém aguenta almoçar, por conta da fedentina provocada pelo acúmulo de lixo. “Muitas doenças estão aparecendo nas crianças; meu neto está com os pés estourados e pessoas da vizinhança já tiveram a Zica”, disse ela.
Marta Cistina é outra moradora da região que falou à reportagem sobre as dificuldades passadas pela comunidade. “Moro aqui há dois anos e eu acho isso um absurdo; nós não somos porcos, pagamos os impostos, como todo mundo. Somos trabalhadores e esse descaso não pode acontecer”, avalia.
Segundo Marta, “quando é época de eleição, aparece vereador aqui, não vou citar o nome, cada um prometendo tudo de bom, pedindo voto à comunidade; depois que passa a eleição, somos esquecidos; aqui não tem um container de lixo: os dias de passagem são segunda, quarta e sexta, mas o caminhão não entra por conta da rua esburacada; para passar um carro é difícil. Outro dia adoeceu um tio meu que está acamado e a ambulância não pôde passar; tiveram que fazer o atendimento em casa”, ressalta.
Marta Cristina disse ainda que é preciso que o poder público tome uma providência a respeito desse descaso: “Os vizinhos não dormem, não comem: o esgoto a céu aberto não é só aqui nessa rua, tem outras também, a mesma situação. Cada vez mais o povo não tem onde colocar o lixo e joga aí; quando eles jogam os animais mortos a gente tem que pagar para alguém cavar buracos do outro lado para enterrar, porque ninguém suporta o fedor”, destaca.
A moradora ressalta ainda que se não for tomada uma providência imediata a respeito do problema do lixo, a população tem que fazer um protesto, para ver se a solução chega ao local e o problema do lixo seja resolvido com a colocação do container, entre outras questões.
“Não podemos ter medo de falar e ficar calados diante disso. É preciso reclamar; veja só esse mau cheiro que está aqui. Isso é uma falta de respeito com os moradores. Quando chove isso aqui fica tudo alagado passando lixo, a gente fica nadando na lama e dizem que vão resolver e não resolvem nada; o tempo está passando”, reclama.
http://www.1momento.com.br/noticias/cidades/no-bairro-de-ipioca-moradores-reclamam-do-lixo-e-esgoto-no-meio-da-rua
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