A ideia foi do arquiteto e artista plástico Pedro Cabral, para tentar manter o local aberto ao público
Olívia de Cássia - Repórter
Um leilão de 36 obras de arte acontece nesta sexta-feira, 7, para tentar impedir o fechamento do Cine Arte Pajuçara. A ideia do leilão foi do arquiteto e artista plástico Pedro Cabral, com objetivo de não deixar o único espaço dedicado ao cinema de arte na capital fechar.
As obras já estão em exposição na Galeria de Arte do local. Os quadros doados estão em exposição de 27 de julho a 7 de agosto, no próprio Centro Cultural. Os interessados em ofertar seus lances poderão fazer por meio de um envelope, que será depositado em uma urna.
Cada pessoa que fizer o seu lance receberá dois convites para a Pré-estreia do filme “ Cauby Peixoto – Começaria tudo outra vez”, no dia 07 de agosto, às 19h30, quando em seguida haverá a abertura dos envelopes com os lances dados, sendo a maior oferta a vencedora.
Segundo Marcos Sampaio, o Marcão, a sociedade já está sendo comunicada do evento. “ Já temos alguns lances sendo dados, mas precisamos de mais gente, de mais interessados em ter uma obra de arte em casa, e por outro lado, ajudando a evitar a interdição do Cine Arte Pajuçara.
Segundo o idealizador do leilão, o arquiteto Pedro Cabral, o lance mínimo para cada obra será de R$ 300, teve artista que colocou um preço maior; o mais importante agora é mobilizar a sociedade para que o fechamento do local não aconteça, pois os artistas se engajaram de pronto na proposta. Já são tantas obras de arte que não estão cabendo no espaço, que é pequeno. Cada artista doou uma obra”, disse Pedro Cabral.
Segundo Pedro Cabral, não adianta ter as obras lá e ninguém aparecer para comprar. A expectativa dos idealizadores é que a sociedade, que conhece o valor de um espaço cultural, dê sua contribuição para evitar a interdição do espaço.
“Uma semana antes do leilão, ainda tem gente querendo colaborar. A sociedade também começa a se sensibilizar com a proposta. Isso demonstra a grandeza do nosso povo. Cultura é qualidade de vida e uma cidade que tem teatro, cinema e arte demonstra o seu desenvolvimento”, reforça.
Pedro Cabral aposta na promoção do leilão, também, por meio da mídia, que está despertando para sua importância.
PROBLEMAS
Os problemas no local começaram, segundo o Diretor de Programação, Marcos Sampaio, por conta dos equipamentos como compressores e ventiladores da central de ar condicionado da sala de cinema se localizam em seu teto e devido ao desgaste e o fato de que o equipamento ficou cerca de sete meses sem funcionamento, após o fechamento do espaço pelo Sesi, um barulho acima do permitido foi constatado.
“E apesar de duas empresas terem sido contratadas, não resolveram o problema, que incomoda alguns apartamentos de um condomínio vizinho. Foi necessário um acordo junto ao Ministério Público (MP), que deu prazo até agosto para resolução definitiva do problema”, explica.
O prédio onde hoje funciona o Cine Arte Pajuçara pertence à Habitacional Construções, uma empresa que já atuou no mercado imobiliário local e tem sede em Aracaju. Segundo Marcos Sampaio, o barulho realmente incomoda e devido a isso, como forma de manter o cinema em funcionamento foi assinado um TAC com o MP, e o equipamento só pode funcionar até às 22h.
”Fomos procurados pelos moradores, tentamos resolver com alguns técnicos, que não conseguiram e até nos deram calote. Após isso, o problema foi parar no Ministério Público e chegamos a esta situação. O cinema continua em funcionamento, apenas com horário limitado entre 14h30 e 22h”, explica.
Marcão explica que o cinema e todo Centro Cultural Arte Pajuçara continua em plena atuação. “Nosso maior mantenedor é o público que adquire seus ingressos, os produtores que alugam nosso teatro, e contamos com apoio da Prefeitura de Maceió e a partir dos próximos dias, do Governo de Alagoas. Formamos uma associação cultural que administra o espaço, estando a frente deste projeto”, destaca.
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